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A vida continua

Depois da demissão do vice-presidente do Instituto do Cinema Audiovisual

O ministro da Cultura assegurou sexta-feira que «o funcionamento do Instituto do Cinema Audiovisual e Multimédia (ICAM) não está em causa», admitindo porém que «um dos grandes problemas» do organismo decorre de dívidas.

Pedro Roseta, que falava à margem do colóquio que assinalou os 75 anos da revista Presença, em Coimbra, pormenorizou que «as verbas que algumas televisões retêm», relativas às taxas de publicidade transmitida, constituem «um dos grandes problemas do ICAM».

Instado pela Lusa a comentar a

demissão de um dos dois vice-presidentes do ICAM José Pedro Ribeiro, conhecida hoje e que o ministro aceitou, Pedro Roseta reconheceu que o responsável demissionário apresenta «sérias dúvidas sobre o funcionamento» do organismo, mas remeteu mais explicações para o seu secretário de Estado Adjunto, José Amaral Lopes.

Quanto à possibilidade de ocorreram alterações na composição do ICAM, o ministro da Cultura contrapôs não pretender pronunciar-se sobre esta matéria, frisando que «jamais faria essa afirmação sem ouvir primeiro as pessoas envolvidas».

Pedro Berhan da Costa reassume compromissos

O presidente do ICAM, Pedro Berhan da Costa, garante que o organismo tem condições para assegurar os seus compromissos, e rejeita a hipótese de demitir-se.

Confrontado com várias revelações contidas na carta de José Pedro Ribeiro, o presidente do ICAM considerou-as «lamentáveis» e «eticamente reprováveis» e atribuiu-as à «pouca experiência» do vice-presidente no cargo.

O lugar foi ocupado há pouco mais de quatro meses, em plena crise do instituto, que enfrenta créditos de cerca de 10 milhões de euros (cerca de dois milhões de contos) das taxas de publicidade.

José Pedro Ribeiro tinha sido nomeado já pelo actual ministro da Cultura, Pedro Roseta, mas por proposta do presidente do ICAM, juntando-se a uma direcção que é ainda constituída pelo também vice-presidente Carlos Rodrigues.

O vice-presidente demissionário enviou esta sexta-feira uma carta ao ministro da Cultura na qual descreve a situação do Instituto, indicando que, neste momento, se vive uma «gravíssima» situação e que «não tem capacidade financeira que permita fazer face aos compromissos assumidos».

Redação