O fadista da Mouraria, Fernando Maurício, faleceu esta terça-feira no Hospital S. António dos Capuchos, em Lisboa, vítima de trombose.
O fadista popular que celebrizou o tema «Igreja de S. Estevão», tinha 69 anos e encontrava-se «acamado há bastante tempo», segundo fonte familiar citada pela Agência Lusa.
As reacções à morte do fadista não se fizeram esperar. O poeta José Luís Gordo afirmou que «Portugal, perdeu um grande fadista».
O marido da fadista Maria da Fé adiantou ainda que com a sua «forma peculiar de cantar», Fernando Maurício «deixou escola em todos os bairros populares de Lisboa».
António Ferreira, gerente do restaurante «Os Ferreiras», onde o fadista trabalhou durante 11 anos, lamentou também a perda de «um grande homem».
«Só deixou de trabalhar há cerca de quatro meses, devido ao seu estado de saúde», disse António Ferreira. «Ninguém cantava como ele. Deixou uma grande escola», acrescentou.
Lina Caeiro, fadista e gerente do «Velho Páteo de Sant'Ana», afirmou que o fadista «deixa muita gente a querer cantar como ele».
Amiga de Fernando Maurício há mais de 30 anos, Lina Caeiro caracteriza o fadista como «igual a ele próprio», um cantor que «nasceu pobre na Mouraria e nunca aspirou ser rico».
O corpo encontra-se em câmara ardente na Basílica da Estrela, de onde sairá quarta-feira às 15:30, em direcção ao Cemitério dos Prazeres.