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Morte de actriz choca França

A actriz francesa, Marie Trintignant, morreu em Paris esta sexta-feira, vítima de um edema cerebral. A actriz estava em coma há vários dias, depois de ter sido brutalmente agredida pelo namorado, pacifista e defensor dos direitos humanos.

Marie Trintignant (na foto), de 41 anos, entrou em coma no passado domingo à noite, depois de uma discussão com o seu companheiro, Bertrand Cantat, de 39 anos, pacifista, defensor dos direitos humanos e cantor de um grupo de rock francês, os «Noir Désir».

O casal, junto há um ano, encontrava-se em Vilnius, na Lituânia, para a rodagem de um filme onde Marie Trintignant fazia o papel da escritora francesa Colette, realizado pela sua mãe, Nadine Trintignant .

Na sequência da discussão, no apartamento que partilhavam naquela cidade, Bertrand terá espancado a actriz francesa. Bertrand alega que empurrou Marie durante uma discussão, tendo batido com a cabeça numa mesa e acabando por perder a consciência.

O cantor francês só avisou o filho mais velho de Marie, Roman Kolinka, de 17 anos, horas mais tarde. No entanto, este atraso terá sido fatal, uma vez que a actriz já estava em coma quando chegou ao hospital, devido a uma hemorragia cerebral. Bertrand foi também internado devido à ingestão de álcool e medicamentos.

Os médicos que inicialmente observaram Marie dizem ter encontrado golpes «muito violentos» na cara, um hematoma no queixo e uma arcada supraciliar rebentada.

Na passada quinta-feira, Bertrand foi colocado em prisão preventiva, até ao dia 14 de Agosto, encontrando-se agora numa prisão na Lituânia. No mesmo dia, a actriz foi transportada para Paris, apesar do protesto inicial dos médicos lituânos, que temiam pelo seu estado.

Antes de acompanhar a filha até Paris, Nadine Trintignant esteve presente numa audiência do tribunal da Lituânia, durante a qual Bertrand negou ter espancado a actriz e disse recusar o termo «crime».

«Foi um acidente depois de uma luta, uma loucura. Mas não é um crime», disse o cantor, que pode agora enfrentar uma pena de dez anos, se chegar a ser acusado apenas de «ferimentos voluntários graves». A acusação formal ainda não foi efectuada.

A actriz começou a sua carreira em 1967. Portugal já a viu em filmes como «Sombras Chinesas», de Martine Dugowson e «Ponette», de Jacques Doillon.

Redação