Começa esta sexta-feira o Jazz em Agosto da Fundação Calouste Gulbenkian. Este ano, ao contrário das edições anteriores, concentrado num único fim-de-semana por onde vão passar alguns dos nomes mais irreverentes do jazz actual.
Destaque para o concerto do Julius Hemphill Saxophone Sextet, esta sexta-feira, às 21:30 no grande auditório da Gulbenkian.
Hemphill morreu em 1995, com apenas 55 anos. Membro fundador do World Saxophone Quartet, os seus saxofones alto e soprano inspiraram-se em Ornette Coleman para se emanciparem em obras de excepção como «Cool Bid'ness», de 1975.
O Julius Hemphill Saxophone Sextet homenageia o músico, sob a liderança de Marty Ehrlich, um dos notáveis e eclécticos saxofonistas e clarinetistas da nova geração, que estudou com Hemphill em 1977.
Ornette Coleman também é evocado no repertório do Eric Boeren Double Quartet, banda holandesa com direcção de Eric Boeren, executante de corneta, que sábado preenche a acústica do grande auditório. O duplo quarteto é composto por viola de arco, electrónica, trombone, bateria e dois contrabaixos.
A Brian Irvine Ensemble é uma «big band» com origem na Irlanda que encerra o ciclo de concertos programados para o grande auditorio. Apelidados de «frenéticos», prometem surpreender com um jazz muito potente que percorre paisagens sonoras aparentemente opostas do jazz, como o «punk» e o «trash».
Improviso e múscia experimental em destaque
O trio australiano The Necks, piano/contrabaixo/bateria, que já é banda de culto no seu país, estreia o ciclo de jazz no auditório 2 da Gulbenkian.
Sábado, no mesmo espaço, tocam os 4 Walls que trazem de novo a Portugal um velho conhecido da música vocal improvisada: Phil Minton.
Tobias Delius Quartet é o último grupo a actuar no Auditório 2, no domingo. Música improvisada contemporânea, servida pelos saxofones do seu líder, o violoncelo de Tristan Honsinger e a bateria de Han Bennink, que também pertence aos Spring Heel Jack.
Por fim, pela sala polivalente passam, sábado, os Doppelmoppel, quarteto dos irmãos trombonistas, Johannes e Conrad Bauer, herdeiros do «free» de Albert Mangelsdorff.
No dia seguinte, será a vez do trio de improvisação português formado por João Paulo (piano e acordeão), Paulo Curado (saxofone) e Bruno Pedroso (bateria).