O Parque de Serralves assiste a uma «emocionante» corrida de legumes. A ideia partiu da cenógrafa Nádia Lauro, que colocou dez plantas de lúpulo no campo de ténis de Serralves em competição. A que crescer mais rapidamente, ganha.
A prova começou a 26 de Julho e espera-se uma chegada ao «sprint», prevista para o fim de Setembro.
Segundo explicou à TSF Online, Nádia Lauro, cenógrafa e arquitecta paisagista, foi convidada por Cristina Grande, do Parque Serralves para um evento nas instalações e quis «conciliar o parque e a sua zona verde com o campo de ténis», «misturando» o conceito de «competição com o de actividades ao ar livre».
Conceito de tempo é essencial
Nádia Lauro sublinha que a corrida de plantas «se centra no conceito de tempo, transmitindo às pessoas que devem aproveitar o tempo» e relaxar. A cenógrafa conta que «um espectador disse que as plantas estão a correr pela vida e não umas contras as outras. É uma ideia essencial» nesta prova, «realizada num espaço aberto, um espaço cénico», referiu.
Festa em Serralves vai estimular crescimento das plantas
Para estimular as plantas em prova, será organizada uma festa no Parque de Serralves, sábado e domingo, pelas 17:00, em que cada um poderá apoiar a sua planta preferida. Para tal estará uma «jukebox» à disposição, em que cada pessoa «pode escolher uma música para estimular o crescimento de uma das concorrentes. Se a pessoa gostar mais do lúpulo da pista quatro, pode escolher uma música para a estimular», continuou.
Actualmente é a planta que corre na pista dez que lidera a corrida, mas com uma margem curta sobre as suas seguidoras, numa altura em que todas as participantes se mantêm em prova.
As plantas de lúpulo atingem habitualmente um comprimento de oito metros, sendo essa a distância a percorrer na competição. A organização assume que as plantas de lúpulo têm sido «dopadas», com vista ao seu crescimento.
Cenário recria competições oficiais
As linhas de corrida são cabos de aço estendidos em linha recta, ao sol e em direcção ao céu e estão alinhadas paralelamente, com cores semelhantes a uma piscina olímpica. Em cada ligação de arranque numerada é preparado um substrato diferente. O crescimento cria ao longo de três meses um tapete que trepa em direcção ao sol.
Nádia Lauro disse que a preparação do cenário teve o objectivo de simular os aspectos de uma competição, como foi o caso das cores de uma piscina olímpica, mas de aproveitar também a imagem do Parque de Serralves.
Quando a corrida terminar, mais do celebrar o vencedor, a organizadora da competição quer realizar uma «reunião com as plantas».
A corrida de legumes foi instalada por Nádia Lauro, em colaboração com Laurence Crémel, Frans Poelstra e Manuel Coursin, uma ideia integrada no projecto «As Atletas.Porto.2003».