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O passatempo do século XXI

São um grupo de pessoas que se juntam, executam algumas acções previamente combinadas e logo de seguida desaparecem. As Flash mobs já chegaram a Portugal, mas os contornos ainda são muito vagos.

Seguindo a tradução do dicionário, «flash» significa «relâmpago» ou «rasgo», enquanto que «mob» se refere a um «ajuntamento». Trata-se por isso de uma espécie de «multidão instantânea».

E é mesmo isso que acontece. Um número indeterminado de pessoas aparece num local previamente combinado, a uma hora pré-definida. Depois de executarem uma acção em simultâneo, também ela pré-determinada, as pessoas abandonam o local rapidamente. Tudo isto se passa em escassos minutos.

Para afastar polícias e jornalistas, e também para evitar um pedido de autorização às autoridades, os «mobers» divulgam as informações relativas ao evento através de mensagens em blogues e «forwards» de e-mail.

Em Portugal, e ao contrário do que seria desejável, os planos da Flash mob já eram notícia algumas semanas antes da data marcada. As informações têm estado a ser divulgadas pelo site Flash Mob Portugal.

A altura exacta em que surgiu a ideia de realizar uma flash mob em Portugal não é conhecida ao certo, mas há cerca de um mês, um cibernauta anunciou este evento num site intitulado «Gildot», onde descrevia toda a acção.

Flash mobs nasceram em Nova Iorque

Tudo começou em Nova Iorque, a cidade que nunca dorme. Foi em Maio passado, quando os participantes responderam ao apelo de um suposto organizador do Projecto Mob, cujo nome, ou pseudónimo é Bill. Na altura, foi-lhes dito que iriam participar num evento de arte.

Em Julho passado, o site «Wired.com», adiantava que não havia um site onde as pessoas se inscrevessem, ou melhor, quem participava tinha de ser convidado, perpetuando a cadeia de «forwards».

A Europa assistiu ao nascimento das Flash mobs a 24 de Julho deste ano, quando entre cem a 300 pessoas entraram numa megastore em Roma, começando de seguida a questionar os empregados sobre livros que não existem. Depois de aplaudir, abandonaram a loja.

Perfil do mober

Mas quem está por detrás de acções como esta? Alguns sites da «especialidade» dizem que se tratam de jovens, profissionais e utilizadores assíduos da Internet. O objectivo será criar acontecimentos fora do normal em qualquer espaço da cidade.

Os motivos são os mais variados: uns minutos de diversão, conhecer pessoas novas, ou mesmo por causa da sensação de caos.

Jornalistas e «Hackers»

Por agora, os principais inimigos das Flash mobs são mesmo os jornalistas. Em Londres, a primeira Flash mob despertou a curiosidade de mais de 50 meios de comunicação social, que cobriram o acontecimento.

No site Gildot.org, um dos participantes dava conta de uma flashmob de Toronto que foi cancelada, uma vez que o número de jornalistas e polícias no local era superior ao número de participantes.

Aliás, todo o secretismo em torno das «mobs» é compreensível quando descobrimos que o suposto autor das Flash mobs, Bill, em Maio passado, viu a sua flash mob ser sabotada, quando uma das pessoas que recebeu o e-mail de convocação para a «mob» avisou as autoridades.

E se há quem defenda as Flash mobs, há também quem se preocupe em destruí-las, ou pelo menos sabotá-las. É o caso do blogue Flash Hack.

Para além disto, há ainda as sabotagens no terreno, como aconteceu na última flash mob de Nova Iorque, onde os organizadores já estavam avisados de que um elemento exterior iria tentar infiltrar-se na «mob».

Global mob

E como estamos a viver numa «aldeia global», onde a informação circula a uma velocidade alucinante, já se houve falar em «Global mobs». Por agora são apenas sussurros, que dizem que o evento poderá ser realizado a 25 de Outubro. A ideia já foi avançada por diversos sites e fóruns, como é o caso do Flash Mob, ou então no Global Mob.

Este último fala em cinco ou dez minutos de puro divertimento. Explica ainda que já existem pelo menos cerca de 20 cidades que vão aderir ao projecto, entre elas encontra-se São Francisco, Toronto, Berlim, Londres, Amesterdão e Estocolmo.

Redação