«Silêncio», o novo álbum do músico cabo-verdiano Bau editado ontem em Lisboa, serve de mote ao concerto que se realiza este sábado na Aula Magna. Uma viagem instrumental pelas paisagens sonoras de São Vicente.
Bau cresceu no Mindelo, entre cordas, guitarras e cavaquinhos. Filho de um talentoso fabricante de instrumentos de cordas de Cabo Verde, Bau foi embalado desde menino pelas melodias do Mindelo.
Seguindo a tradicção da família, Bau gosta de fazer os seus próprios instrumentos. «As guitarras que compro são boas, claro. Mas as que eu faço têm um timbre e uma escala diferente. Têm outra alma. Por exemplo, o cavaquinho que eu toco é feito por mim», confessou à TSF.
Bau, nome artístico de Rufino Almeida, desde cedo destacou-se como exímio instrumentista de guitarra, cavaquinho e violino, compositor, produtor e director musical, nomeadamente de Cesária Évora, que acompanhou em várias digressões.
Mesmo transpondo para a música a vivência e cultura de Cabo Verde, a carreira a solo de Bau revela influências de diferentes latitudes: dos sons crioulos das mornas e coladeiras, até ao fox-trot e valsa, passando pela música brasileira.
«Há sempre diferenças de um disco para o outro. A minha preocupação é sempre trazer algo novo, ter uma evolução, novas sonoridades, novas composições. Neste disco trouxe uma flauta que é tocada por um alemão que está a viver em São Vicente e um saxofone», explica à TSF.
A partir do terceiro disco, «Inspiração», até aos dias de hoje, o músico cabo-verdiano assumiu de vez a sua faceta de compositor, reinventando e introduzindo elementos novos na tradição de Cabo Verde.
Os portugueses terão oportunidade de conhecer este novo trabalho de Bau, o quinto de originais, com a sua estreia na Aula Magna, dia 27 de Setembro e dia 29, no Auditório da Antena 1. Depois disso, o músico desdobra-se nos habituais showcases pelas FNACs de Lisboa, Cascais e Almada.