O autor da exposição «Mundo dos Corpos», que expõe cadáveres de seres humanos e animais sem pele e com as vísceras expostas, pode não ser na realidade professor de medicina.
A justiça está a investigar o título de professor de Medicina do alemão Guenther von Hagens, criador da exposição «Mundo dos Corpos», que usa cadáveres humanos.
Hagens diz ser professor convidado da Universidade de Dalian, na China, desde 1996, e director do Centro de Plastinação, da Academia de Medicina da Quirguízia.
No entanto, segundo a lei alemã que regula os títulos universitários, as habilitações adquiridas no estrangeiro devem ser declaradas, o que não aconteceu.
A Universidade de Heidelberg acusa Guenther von Hagens de não respeitar esta prática e de afirmar que pertence aos quadros da Faculdade de Medicina, o que é desmentido pela direcção.
«O Doutor von Hagens não é professor na Universidade de Heidelberg e também já não é membro da respectiva Faculdade de Medicina», garante o reitor Peter Hommelhoff.
De acordo com o responsável, o criador de «Mundo dos Corpos» trabalhou apenas no Instituto de Anatomia e Patologia da Universidade de Heidelberg, nos anos 70.
Entretanto, recaem sobre o director do Instituto de Medicina Legal de Novosibirsk, na Rússia, suspeitas de ter fornecido corpos a von Hagens para as suas experiências através da técnica de plastinação, sem o conhecimento dos familiares dos falecidos.
O criador alemão desmentiu qualquer envolvimento no caso, mas o Ministério Público já pediu uma pena de dois anos de prisão para o médico russo.
Apesar da polémica que rodeia a exposição, o «Mundo dos Corpos» já percorreu várias cidade alemãs, europeias e japonesas, recebendo um total de cerca de 10 milhões de visitantes. Neste momento encontra-se patente no Erotic Art Museum, de Hamburgo.