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Serralves mostra «Labirinto Eléctrico»

É um projecto que gerou polémica. Chama-se «Labirinto Eléctrico», foi concebido por um arquitecto japonês, Arata Isozaki e é considerado um momento fundamental da utopia arquitectónica dos anos 60. Está em Serralves, a partir de 18 de Outubro, a provocar o olhar.

A instalação que vai estar na Fundação Serralves não é a que em Maio de 1968 estava destinada a ser apresentada na Trienal de Milão. O trabalho do arquitecto japonês, em colaboração com o designer Koe Siyura, o fotógrafo Shomei Tomatsu e o compositor Toshi Itchiyanagi, inspirado na destruição de Hiroshima e Nagasaki, não resistiu aos ânimos exaltados dos artistas, intelectuais e professores de arquitectura.

A instalação original, o ICONOCLASH, foi destruída ainda antes das portas da reputada mostra de arquitectura abrir. Foi «atacada» durante a conferência de imprensa e sitiada durante dez dias.

Baseando-se nos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, o trabalho agora recuperado com apoio de várias entidades, entre as quais a Fundação se Serralves, reflecte preocupações culturais e políticas da década de 60, mostrando a possibilidade mítica de a cidade do futuro implicar permanentemente um estado de ruína.

«Em Labirinto Eléctrico as ruínas do passado toram-se as ruínas do futuro», resume um site italiano.

Arata Isozaki, nascido no Japão em 1931, é autor de várias obras de referência, como o complexo dos escritórios da Disney Company em Orlando, na Florida (EUA), com dois edifícios arredondados a lembrar as orelhas do Rato Mickey, o Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (1986), o Museu de Arte Moderna Gunma (1978) na cidade de Takasaki, no Japão e a sala de espectáculos do complexo Olímpico de Barcelona, o Palau Saint Jordi.

«Labirinto Eléctrico» estará no Museu de Arte Contemporânea de Serralves até 04 de Janeiro, em simultâneo com um projecto do jovem arquitecto português radicado em Paris Didier Fiúza Faustino.

Redação