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Lotação esgotada para ver Fernanda Porto

Não há dúvida: Fernanda Porto tem já uma legião de fãs em Portugal. Na noite de quarta-feira, o Lux ficou lotado para ver a diva do drum'n'bass brasileiro. Apesar da expectativa, o concerto não gerou a energia que se esperava.

A «voz do drum'n'bass brasileiro» chegou ao palco do Lux por volta da meia-noite. A acompanhá-la estavam cinco músicos irrepreensíveis que preencheram a voz quente de Fernanda com teclas, percussão, guitarra, bateria e baixo.

Durante cerca de uma hora, Fernanda percorreu quase todos os temas do seu álbum de estreia. A plateia, completamente lotada, estava atenta mas, talvez porque o drum'n'bass ainda não conquistou os portugueses, a verdade é que foram poucos os que levantaram «o pé do chão».

A pista/plateia não abanou, nem mesmo quando chegou a vez de «Sambassim», o principal sucesso de Fernanda cuja remistura de DJ Patife chegou aos tops de venda no Brasil.

A fraca qualidade do som - muitas vezes nem se percebia o que Fernanda cantava - e o espaço exíguo da sala térrea do Lux também não ajudaram a «animar a malta».

O clássico de Tom Jobim e A. Oliveira, «Só tinha de Ser com Você», foi o ponto mais alto do concerto, com o público a acompanhar a letra, mas mais uma vez com pouco entusiasmo.

Talvez desapontada com o ritmo morno da sala, Fernanda executou o concerto com profissionalismo mas sem a energia que se esperava de uma diva, muitas vezes comparada à sempre eterna Elis Regina.

Mas também não desiludiu. Esta mulher dos «sete instrumentos», que também compõe, canta e produz, pegou no saxofone várias vezes, e agarrou o teclado, com o mesmo à vontade com que encara o microfone.

O impacto vocal lírico do tema «1999» foi outro ponto alto do espectáculo. Assim como «Sampa», de Caetano Veloso, numa interpretação electrónica que não ficou nada a dever ao original.

Quatorze músicas depois, a banda abandonou o palco e chegou a vez do encore. Que ficou aquém das expectativas já que os músicos limitaram-se a repetir «Sambassim» e «Só Tinha de Ser Com Você».

Curiosamente, a repetição destas músicas conseguiu, pela primeira vez, pôr a plateia a vibrar. E por uns breves minutos, parecia mesmo que estávamos num concerto de música brasileira.

Redação