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Prémio União Latina para António Lobo Antunes

O escritor António Lobo Antunes foi distinguido esta quarta-feira em Paris com o prémio internacional União Latina de literatura pelo conjunto da sua obra. O prémio para «a voz mais expressiva da realidade profunda» portuguesa é de 12 mil euros

O prémio foi anunciado pelo júri do galardão, Vicenzo Consolo, que explicou a sua atribuição a Lobo Antunes por «surgir no panorama da literatura europeia como a voz mais expressiva da realidade profunda de Portugal.

Para o júri, Lobo Antunes fez um «retrato da ditadura, guerra colonial, a revolução que devolveu a liberdade ao país, a descolonização e o percurso dos caminhos de uma Europa em busca da sua própria identidade».

Entre outras obras o escritor português escreveu «A Ordem Natural das Coisas», em 1992, «As Naus», em 1988 e o «Tratado das Paixões da Alma» de 1990, tendo ainda assinado algumas obras, das quais se destacam «A Morte de Carlos Gardel», em 1994, ou o «Manual dos Inquisidores» de 1996.

A 18 de Novembro será apresentado o seu mais recente romance, «Boa-Tarde às Coisas Aqui em Baixo», devendo chegar às livrarias portuguesas alguns dia antes, pela editora D.Quixote, disse fonte da editora à Lusa.

Esta é a 14ª edição do prémio União Latina, que o ano passado distinguiu o escritor belga, Henry Bauchau, tendo já laureado José Cardoso Pires em 1991 e Agustina Bessa-Luís em 1997.

A União Latina foi fundada em 1954 e reúne 35 países que partilham o mesmo património linguístico, histórico ou cultural latino, entre os quais para além de Portugal encontram-se o Brasil, Cabo-Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.

O prémio União Latina foi criado em 1989, pretendendo homenagear um escritor de língua latina, sem distinção de país ou continente, cuja obra mereça ser divulgada nos países latinos. O valor do prémio ascende aos 12 mil euros.

Redação