Os fundadores e os promotores regionais da Orquestra Metropolitana de Lisboa nomearam uma nova direcção para a instituição, substituindo assim o maestro Graça Moura e terminando a polémica que se criou à volta da orquestra.
O braço-de-ferro na Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML)chega ao fim com a nomeação da pianista Gabriela Canavilhas, do maestro Jean Marc Burffin e do economista Luís Azevedo Coutinho para a direcção da instituição.
Gabriela Canavilhas (na foto) disse à TSF que a principal missão da nova direcção será «sobretudo, recuperar a serenidade, recuperar o gosto de fazer música e dar continuação a uma obra que nasceu notável, que deu frutos e se tornou uma referência incontornável da música em Portugal».
«Vamos unir forças para voltar a dotar esta casa de todas as suas valências e virar uma página de conflitos e abrir uma página de serenidade com um futuro risonho», acrescentou.
«Não queremos romper com a herança do maestro Miguel Graça Moura. Tenho o maior respeito pela obra que fez com a associação e pelo trabalho e pelas horas gastas nesta obra. O seu testemunho está aqui e vai ficar para sempre», salientou Gabriela Canavilhas.
«Não queremos romper com nada do passado, queremos dar continuidade à obra, seguramente integrando-a nalgumas regularidades de que até agora esteve alheia, a nível de contratos de trabalho, de regularização dos professores, dotando a estrutura de outros meios de se afirmar e de se tornar cada vez mais perene», esclareceu a pianista.
OML vai ter novo maestro titular
A nova responsável pela OML adiantou ainda que haverá «um novo maestro titular, que se vai encarregar de definir as linhas fundamentais e indispensáveis para voltar a dotar esta orquestra de outras capacidades e valências artísticas, que já teve há uns anos atrás e que devido a apertos financeiros e a problemas de gestão e laborais foi perdendo».
«O novo maestro titular será designado na próxima semana, mas a orquestra continuará com um perfil altamente voltado para a comunidade, para as autarquias, ocupando um espaço na área metropolitana de Lisboa, onde não chega mais nenhuma orquestra», concluiu.
AMEC não negociou indemnização
Entretanto, uma fonte da Associação Música - Educação e Cultura (AMEC) adiantou à TSF que o maestro Miguel Graça Moura foi afastado sem que tenha sido negociada qualquer indemnização. Graça Moura tinha contrato até ao ano de 2004.
Esta direcção já tinha sido proposta pelos fundadores na Assembleia Geral, mas alguns dos promotores regionais rejeitaram a proposta por considerarem que se tratava de uma decisão «imposta».
Os membros da AMEC estiveram reunidos e «aprovaram a nova direcção com 13 votos favoráveis, 11 abstenções e um voto contra», segundo anunciou a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Maria Manuel Barbosa.