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Londres reabre «sem pipocas»

Para todos os que «detestam ir ao cinema em centros comerciais», com o barulho de fundo das pipocas a acompanhar o filme, o Cinema Londres reabre ao público, esta sexta-feira, após uma renovação, que inclui um lounge café.

Devolver a frequência de outros tempos ao Cinema Londres, fornecer alternativas a um público cinéfilo exigente, com pouca apetência para assistir a filmes em centros comerciais, é o objectivo da renovação deste espaço tradicional da Avenida de Roma.

Depois de três semanas de encerramento, a Castello Lopes reabre o espaço, esta sexta-feira. Mantêm-se as duas salas, com uma lotação de 334 lugares.

Na véspera, ainda era visível a azáfama dos trabalhadores no local, as alcatifas por colocar e outras obras de restauro ainda em execução.

Mas as portas do cinema vão mesmo abrir no dia previsto, garantiu à TSF Online o director de Marketing da Castello Lopes Cinemas, Tiago Matias. O responsável explicou que apenas ficam a faltar alguns detalhes, como o «restauro de algumas cadeiras emblemáticas».

A renovação incluiu o Magnolia Caffe, que tenta recriar o ambiente vivo e informal dos tradicionais cafés, com abertura marcada para as 20:00 de segunda-feira.

«O Cinema Londres era um lugar que precisava de ser requalificado. Realizou-se uma renovação de fundo a todas as zonas comuns, com um conceito de restauração diferente do que estamos habituados», explicou Tiago Matias.

«É um cinema que continuará a não ter pipocas, para oferecer um produto completamente diferente do oferecido pelos grandes complexos», acrescentou.

Aposta na alternativa

A aposta do Cinema Londres centra-se numa programação diferente de acordo com um público específico, que faz parte do historial deste espaço.

«São filmes que significam muito para várias camadas etárias e não só para a população residente à volta do Cinema Londres», salientou o director de Marketing da Castello Lopes.

Segundo Tiago Matias, os «cinemas de rua» continuam a ter razão para existir, mas é preciso dinamizar estes espaços, na maioria das vezes «degradados», para que os apreciadores da Sétima Arte por excelência, frequentem estes locais.

«Grande parte dos cinemas tradicionais fecharam. Estamos a tentar arranjar o argumento diferenciador para atrair público. Os grandes apreciadores de cinema detestam multiplex. Por isso temos que continuar a ter sítios agradáveis para estes públicos, que gostam de cinema europeu e alternativo», defendeu ainda o responsável.

Gostos não se discutem

Quanto à concorrência dos filmes exibidos em centros comerciais o grupo Castello Lopes, que tem vindo também a expandir-se nas grande superfícies, garante que não existe incompatibilidade.

«A grande guerra das massas existe entre os grandes multiplex, mas é uma guerra diferente. Não são concorrentes (das salas tradicionais) porque o consumidor que frequenta esses multiplex não é o consumidor que frequenta este tipo de cinema. São dois mercados distintos», esclareceu Tiago Matias.

«Dentro do público alvo do cinema temos uma grande divisão. Há pessoas que detestam centros comercias e o som das pipocas. Por isso é que cinemas como o Quarteto e outros continuarão a ter afluência de público», rematou.

Redação