O espectáculo «Audiência/Vernissage/Havel», a partir de duas peças do ex-presidente checo, Václav Havel sobre a busca da liberdade e ideais de resistência, estreia hoje no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, na presença do autor.
As duas peças são, segundo o encenador Jorge Listopad (na foto), «alegorias sobre a procura da liberdade, afirmação dos direitos humanos e a busca de ideais de resistência, num tempo e num espaço de decadência».
Listopad referiu à TSF que Havel «era tão bom dramaturgo como presidente», sublinhando ainda que «a obra foi escrita depois da «Primavera de Praga», quando o exército soviético invadiu a antiga Checoslováquia».
A obra de Havel, principalmente a trilogia constituída pelas peças «Audiência», «Vernissage» e «Petição», foi na ocasião proibida por se ter tornado um símbolo do combate pela liberdade na Checoslováquia.
Havel permaneceu no seu país durante a ocupação soviética e foi condenado três vezes por delito de opinião, num total de cinco anos de prisão.
A peça encenada por Jorge Listopad irá contar com a presença do seu autor, Havel. No entanto, o encenador «não sabe se [Havel] vai gostar, pois ele tem gostos mais conservadores do que eu», disse Listopad.
Paralelamente ao espectáculo, estará patente uma exposição fotográfica sobre o percurso do ex-chefe de estado checoslovaco, nascido em Praga em 1936 e considerado um dos escritores da resistência à ocupação da Checoslováquia pela União Soviética, a partir da repressão da «Primavera de Praga», em 1968.
O espectáculo estará na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II de 5 a 28 de Dezembro, de terça-feira a sábado às 21.30, e aos domingos às 16.00.