A estreia mundial de um documentário sobre Agostinho da Silva encerra, este domingo, o festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira. O homenageado desta 7ª edição foi o documentarista brasileiro Eduardo Coutinho.
O Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira encerra este domingo com uma homenagem ao filósofo português Agostinho da Silva, exibindo em estreia mundial, às 22h, o documentário «Agostinho da Silva - Um Pensamento Vivo», do brasileiro João Rodrigo Mattos, neto do pensador, que reside há alguns anos no Porto.
O documentário, com a duração de 80 minutos, tem por trás «90 horas de filmagens», muitas «imagens de arquivo e conta também com cerca de 60 depoimentos de pessoas que privaram, viveram, trabalharam e estudam a obra de Agostinho», explicou João Rodrigo à TSF.Online.
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mário Soares, Manuel de Oliveira, Lagoa Henriques e a Mãe de Santo (ialorixá) Olga de Alaketu são apenas alguns dos testemunhos que foram incluídos no trabalho final.
A fita percorre a vida e obra do pensador português, sendo a narração feita na primeira pessoa, como se o próprio Agostinho contasse a história. A locução do narrador é assegurada por Luís Miguel Sintra.
«Filmámos no Brasil, nos seis Estados por onde passou Agostinho da Silva, e em Portugal, de norte ao sul do país», diz João Rodrigo acrescentando que muito do material que não foi utilizado no documentário será aproveitado quando se comemorar o centenário do nascimento do filósofo, em 2006.
Aproximar cinema português e brasileiro
A sétima edição do Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, que arrancou dia 7 de Dezembro no auditório da Biblioteca Municipal, volta a aproximar as cinematografias de Portugal e Brasil.
O objectivo é potenciar a cooperação bilateral, no que diz respeito à distribuição cinematográfica nos dois países, bem como promover esquemas de intercâmbio continuam a estar na mira do Cineclube da Feira, o organizador do evento.
Eduardo Coutinho homenageado
Eduardo Coutinho, um dos documentaristas brasileiros mais influentes da actualidade, esteve presente no evento onde foi homenageado.
Dois dos seus filmes mais marcantes - «Edifício Master» (2002), obra que traça um retrato de Copacabana e «Cabra Marcado para Morrer» (1964/84), sobre o líder das Ligas Camponesas, assassinado em Paraíba em 1962 - foram exibidos na sexta-feira.
A edição do livro «Eduardo Coutinho - O Homem que Caiu na Real», do crítico brasileiro Carlos Alberto Mattos, complementa a homenagem.