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Eutanásia e aborto valem prémios de melhores intérpretes

O júri do 61/o Festival de Cinema de Veneza distinguiu hoje como melhores intérpretes o actor espanhol Javier Bardem e a britânica Imelda Staunton, pelos seus papéis em filmes relacionados com a eutanásia e o aborto, respectivamente.

Bardem foi considerado o melhor intérprete masculino pelo seu papel em «Mar Adentro», de Alejandro Amenãbar.

O actor já tinha sido distinguido com o mesmo galardão em 2000, pelo seu trabalho em «Before Night Falls» (Antes que a Noite Caia) de Julian Schnabel.

Ao receber o prémio das mãos da actriz Scarlett Johansonn, o actor comentou: «É quase como se fosse o meu primeiro prémio aqui, porque estou muito nervoso».

Em «Mar Adentro», Bardem encarna Sampedro, um homem que se suicidou com a ajuda alheia, em 1998, depois de uma batalha legal de vários anos para conseguir o direito à eutanásia.

Sampedro existiu de facto, era um marinheiro que ficou tetraplégico aos 25 anos, devido a um acidente. Não podia sequer mexer a cabeça e acabou por ingerir cianeto, com a ajuda do seu círculo de amigos.

Imelda Sauton foi galardoada como a melhor intérprete feminina pelo seu trabalho em «Vera Drake», de Mike Leigh, em que se faz passar por uma mulher generosa e abnegada que, na década de 50, ajudava as mulheres necessitadas a interromper a gravidez.

«Vera Drake» é um filme sóbrio sobre as difíceis condições em que se praticava o aborto no Reino Unido, nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial.

«Agradeço ao Festival e ao júri, porque era um assunto delicado de abordar», disse a actriz, ao receber o prémio.

Redação