A nova temporada do Ballet Gulbenkian tem início esta quarta-feira, com as estreias mundiais de duas novas coreografias de Clara Andermatt e Didy Veldman, a apresentar no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, até 6 de Novembro.
«O Canto do Cisne», da portuguesa Clara Andermatt, e «Outsight», da holandesa Didy Veldman, juntam, no primeiro programa da temporada, «duas coreógrafas da mesma geração, duas pessoas com linguagens muito próprias e muito fortes», disse à Agência Lusa o director artístico do Ballet Gulbenkian, Paulo Ribeiro.
Paulo Ribeiro escolheu Clara Andermatt e Didy Veldman para abrirem a temporada 2004/2005, por serem duas coreógrafas actuais, com um permanente questionar sobre os quotidianos, mas também das suas próprias linguagens.
O director artístico propôs às duas coreógrafas que criassem, sobre a ideia da sedução de mundos distantes, o confronto com o desconhecido, a surpresa, a contradição entre o comum e o extraordinário.
Didy Veldman decidiu abordar o tema pelo factor da distância: «a distância que estamos dos outros, do desconhecido, de nós mesmos, do que desconhecemos de nós próprios e o que é preciso percorrer para atingir esses "destinos"».
Em «Outsight», com música original de Philip Feeney, a coreógrafa holandesa pretende ainda confrontar o público com essa fronteira imaginária que habitualmente separa o palco da plateia.
Por seu turno, Clara Andermatt procura o «desconhecido pela via do mistério e da surpresa que encontra no conhecido, em direcção ao que provavelmente de mais enigmático existe em tudo o que desconhecemos: a morte».
Clara Andermatt decidiu utilizar «A Morte do Cisne», uma música de Camille Saint-Säens (1835/1921), e pediu ao músico português Vítor Rua que criasse variações a partir do tema original.
Após as actuações no Grande auditório da Fundação, o Ballet Gulbenkian apresenta «Outsight» e «O Canto do Cisne» nos dias 12 e 13 no Auditório do Europarque, em Santa Maria da Feira.