Para a direcção artística da Casa da Música, o Ministério da Cultura quer uma espécie de José Mourinho, disse esta quarta-feira o secretário de Estado da Cultura. Numa sessão parlamentar, os responsáveis do ministério anunciaram que o futuro da Casa da Música não vai abandonar o projecto de fundação.
A fundação é o modelo preferido pelo Governo para gerir a Casa da Musica, mas salvaguardando um papel especifico para o Estado. Chamada ao parlamento pelo PSD, que quer pôr fim a sete meses de impasse quanto a gestão do projecto e acusa o governo de politizar a instituição, a ministra da Cultura tentou tranquilizar a oposição.
«Nós queremos que (a Casa da Música) seja uma fundação. Sempre quisemos esse modelo, mas também sempre dissemos que o lugar do Estado - que é o maior investidor do capital social - tem de estar preservado, até para assumir compromissos a nível do funcionamento», explicou a Isabel Pires de Lima.
Na mesma sessão, o secretário de Estado, Mário Vieira de Carvalho, lembrou que a pressa é inimiga da perfeição, e explicou que o ministério quer que o director artístico seja escolhido pelo Conselho de Administração por maioria qualificada.
«Queremos um grande profissional, com exigência conceptual. Uma espécie de José Mourinho que não vai aceitar qualquer proposta de trabalho. Tem que se uma pessoa que assuma responsabilidades e que se não cumprir os objectivos é despedida», disse o secretário de Estado.