O empresário Joe Berardo afirma que não quer aborrecer ninguém e admite que a sua colecção que teria como destino o Centro Cultural de Belém (CCB) possa ser deslocada para outro local.
O presidente do Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém, Fraústo da Silva, não concorda que a colecção de arte moderna de Berardo seja instalada neste local tal como foi acordado entre o Governo e o empresário.
Confrontado pela TSF com esta posição, Joe Berardo admite que possa dar outro destino à sua colecção que é constituída por mais de 4 mil obras.
«Não imponho nada a ninguém, não quero confrontos , não quero que ninguém me faça nenhum favor. Eu fiz esta colecção com a iniciativa de deixar aqui em Portugal, ando há dois anos com estas negociações. Da parte do CCB nunca foi bem recebido, portanto se o presidente diz que não pode ser paciência, parte-se para outra, não quero aborrecer ninguém», afirmou.
Apesar destas palavras de Joe Berardo há um acordo entre o Governo e o empresário para que a colecção fique no CCB.
«Felizmente o primeiro-ministro juntou as pessoas e foi muito boa a maneira como ele conduziu a reunião e viu que era uma necessidade que esta colecção permanecesse aqui em Portugal», adiantou.
«Inicialmente vamos ter as negociações com a parte legal, entre os nossos advogados e os do Governo, para chegarmos às bases do acordo, para fazer uma fundação de raiz, que vai ser um museu e ter uma independência em relação ao CCB», onde se contava que ficasse nos primeiros tempos, acrescentou o empresário.
Joe Berardo garantiu ainda à TSF que para mais tarde ficará a construção de um novo museu que será erguido no local que é hoje ocupado pelo já desactivado Museu de Arte Popular.