A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) considerou, esta sexta-feira, inaceitável a decisão da Câmara de Lisboa de permitir a demolição da casa onde viveu e morreu o escritor Almeida Garrett.
Devido à demolição da casa Almeida Garrett, em Campo de Ourique, a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) critica a Câmara de Lisboa, lamentando o facto da autarquia não ter criado as condições materiais para impedir a iminente demolição do edifício.
Ouvido pela TSF, José Jorge Letria, da SPA, fez ainda criticas ao ministro da Economia, Manuel Pinho, actual proprietário do edifício onde viveu e morreu Almeida Garrett.
«É altamente lesivo para a nossa identidade cultural a perda deste espaço, naturalmente com argumentos economicistas, porque não aceitamos como válido o argumento de que a casa não tem valor arquitectónico ou de que o presidente da câmara não gosta dos azulejos da fachada», afirmou.
José Jorge Letria acrescentou que o ministro Manuel Pinho «não deveria ter ficado tão silencioso» sobre este assunto.
A Câmara de Lisboa anunciou, quarta-feira, que a casa onde Almeida Garrett viveu os últimos anos da sua vida vai ser demolida por inviabilidade financeira da autarquia para adquirir o imóvel, reabilitá-lo e manter uma casa museu.