A Fundação Calouste Gulbenkian comemora 50 anos, em Julho. O evento será assinalado com um vasto programa que incluirá diversas exposições, espectáculos, cinema, novos prémios e um grande fórum multidisciplinar sobre «O Estado do Mundo».
O programa das comemorações foi hoje apresentado à comunicação social pelo presidente da instituição, Rui Vilar, que recordou a importância da criação da Fundação, um acontecimento que «parecia improvável» em Portugal, em 1956.
«Foram cinquenta anos de profundas mudanças verificadas no país e também na própria Fundação», recordou o responsável, dando como exemplo o surgimento da instituição ainda durante a ditadura, a crise social de Maio de 1968, as crises petrolíferas de 1973 e 1979, a revolução do 25 de Abril e a adesão de Portugal à Comunidade Europeia.
As comemorações - que decorrem de 18 de Julho deste ano e ao longo de 2007 - têm essencialmente como objectivo «homenagear o gesto de Calouste Gulbenkian e todas as pessoas que deram corpo à instituição, nomeadamente o seu primeiro presidente, José de Azeredo Perdigão», acrescentou Rui Vilar.
Calouste Sarkis Gulbenkian, um arménio nascido em Istambul que recebeu uma educação ocidental e viveu sobretudo em Londres, onde adquiriu a nacionalidade inglesa, «escolheu Portugal, país que o acolheu em tempo de guerra, para deixar parte da sua fortuna e da sua extraordinária colecção de arte».
Essa vontade culminou na criação da Fundação - depois da sua morte, em Lisboa, 1955, aos 86 anos - entidade cujos estatutos consagram sobretudo quatro áreas de intervenção: beneficência, arte, educação e ciência.
Rui Vilar comentou que, para a Fundação, «o momento é de celebração, mas também de balanço e reflexão, lançando as perspectivas de futuro».