O neto de Agostinho da Silva realizou um documentário sobre o filósofo português que é projectado esta segunda-feira no Fórum Lisboa no dia em que passam cem anos sobre o seu nascimento. As comemorações deste aniversário envolvem diversas outras acções.
Estreia, esta segunda-feira, no Fórum Lisboa, um documentário sobre Agostinho da Silva, no dia em que iniciam as comemorações do centenário deste pensador controverso e enigmático.
O documentário intitulado «Agostinho da Silva: um pensamento vivo» foi realizado por João Rodrigo de Matos, neto do pensador, que reconstituiu a sua vida, apesar de mal o ter conhecido.
João Rodrigo de Matos, que acredita que a vida do seu avô daria para fazer uma série, baseou-se no projecto do livro «Presença de Agostinho da Silva no Brasil» para fazer o filme em conjunto com o seu pai.
«Em 2000, fui para Portugal e trouxe comigo este argumento. No final de 2000, submeti o projecto aos concursos do ICAM e ele foi aprovado. A partir daí, começou o processo de pesquisa, produção e pós-produção que durou três anos», explicou à TSF.
Com este documentário, João Rodrigo de Matos pretende «traçar um panorama sobre a vida e a obra e o pensamento de Agostinho da Silva, privilegiando o seu espaço e trajecto luso-brasileiro».
Neste percurso que abrange a passagem por Portugal antes da ida para o Brasil, a passagem por seis estados brasileiros e o seu regresso a terras lusas, o neto do filósofo e pedagogo português pode «perceber e comprovar através das outras pessoas que conviveram com ele o poder transformador de Agostinho da Silva».
«Ele acreditava profundamente que somos agentes do nosso próprio destino e que tínhamos que acreditar até ao final nos nossos sonhos, nunca nos acomodando e sem desistir. Sempre ir mais e mais em busca do que achamos que podemos dar de melhor», concluiu.
Para além deste documentário, colóquios, exposições, a publicação de um livro e a edição de selo comemorativo vão marcar as celebrações que incluem ainda a abertura de um cátedra «Agostinho da Silva» e o baptismo de um avião da TAP com o seu nome.
Estas iniciativas que incluem ainda, a inauguração da mostra «Agostinho da Silva: pensamento e acção», resultam as parceria dos governos de Portugal e do Brasil, país onde o filósofo esteve exilado, e a Associação Agostinho da Silva.
Agostinho da Silva, que faleceu em Lisboa a 3 de Abril de 1994, nasceu no Porto a 13 de Fevereiro de 1906, esteve preso no Aljube durante o Estado Novo, acabando por optar por se exilar no Brasil, onde co-fundou as universidades estaduais do Paraíba e de Santa Catarina, bem como a Universidade de Brasília.