artes

Agostinho Baptista recebe prémio

José Agostinho Baptista, distinguido esta segunda-feira com o Grande Prémio de Poesia CTT/APE pelo seu livro «Esta voz é quase o vento» publicou o primeiro livro há 20 anos.

Em declarações à TSF, Agostinho Baptista, disse estar surpreendido com este prémio e autorizou a divulgação do poema inédito «Lírios», a ser lançado na próxima semana no livro «Quatro Luas», uma edição da Assírio&Alvim.

«Lírios»

Que ar é este que respiro?

Perguntei à saída do bosque,

Quando Outubro já movia as suas sombras.

E então alguém murmurou a oração interdita,

Abrindo, pouco a pouco, os lábios

Era quase a morte

só o tigre permanecia, a olhar para cima,

para as altas clareiras de vidro.

era o tempo das grandes casas fúnebre

era o tempo dos lírios

O poeta, nascido no Funchal a 15 de Agosto de 1948, colaborou em vários órgãos da imprensa escrita, nomeadamente no Comércio do Funchal, República e Diário de Lisboa, cujo suplemento «O Juvenil» o tornou conhecido como poeta.

De 1976 até hoje tem publicado 14 títulos, sendo o mais recente, o vencedor do Grande Prémio, hoje anunciado.

Considerado pelos críticos como uma das mais originais vozes da contemporânea poesia portuguesa, poetas como António Ramos Rosa, e Fernando Pinto do Amaral dedicaram-lhe vários ensaios.

José Agostinho Baptista tem também assinado diversas traduções, designadamente de autores como Walt Whitman, W.B.Yeats, Tennessee Williams, Paul Bowles, Enrique Vila-Matas, Rabindranath Tagore, Robert Louis Stevenson, Oliverio Macías Alvarez e Malcolm Lowry.

Há cinco anos foi condecorado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com as insígnias de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

O prémio APE/CTT, no valor de cinco mil euros, foi atribuído por maioria do constituído por António Osório, José Viale Moutinho, Maria Andresen de Sousa, Nuno Júdice e Paula Cristina Costa.

Redação