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Linguagem científica deve ser mais acessível

Os cientistas devem usar um discurso mais acessível e compreensível para o grande público. Esta foi uma das tónicas de um colóquio sobre a comunicação pública da ciência que hoje terminou em Montemor-o-Novo.

É preciso que os cientistas utilizem um discurso mais acessível ao grande público. O colóquio sobre a comunicação pública da ciência terminou em Montemor-o-Novo, reflectindo também sobre as preocupações de um relatório recente da OCDE, segundo o qual Portugal apresenta valores de literacia científica «muito baixos», na ordem dos 2 por cento.

Nuno Marques Peiriço, investigador do Instituto Superior Técnico (IST), considera que «foram alcançados os objectivos do colóquio», sobretudo a necessidade de contribuir para uma maior acessibilidade do discurso científico.

O colóquio Luso-Brasileiro de Ciência, Tecnologia e Sociedade, destinado a discutir modelos e abordagens em torno do «Public Understanding of Science», reuniu meia centena de universitários, cientistas, investigadores, jornalistas, alunos e conservadores de museus de ciência, parte dos quais brasileiros.

Os trabalhos, que encerraram esta tarde com uma oficina sobre a divulgação científica em museus, incluíram painéis sobre a divulgação científica em Portugal e no Brasil, o acto científico e a sua comunicação pública e jornalismo científico.

O colóquio inseriu-se num projecto de cooperação luso-brasileiro entre universidades, órgãos de comunicação social e museus de ciência, que prevê também a criação em Portugal de um Curso de Pós-Graduação em Jornalismo Cientifico.

Os directores dos museus Nacional de História Natural (Galopim de Carvalho) e de Ciência da Universidade de Lisboa (Fernando Bragança Gil) aproveitaram a ocasião para denunciar a «dramática situação que hoje vive a museologia científica em Portugal por falta de apoios, quer governamentais, quer do mecenato».

O colóquio, promovido por várias instituições universitárias de Portugal e Brasil, entre elas o Centro Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade de Lisboa, vai ter uma segunda edição em Setembro de 2001 no Rio de Janeiro.

Redação