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Macacos podem transmitir doença mortal ao Homem

A Sociedade Francófona de Primatologia alertou hoje para a existência de uma doença nos macacos que, ao transmitir-se ao ser humano, pode tornar-se mortal. Gotas de saliva ou de urina podem ser o veículo de transmissão da doença, da família do herpes.

O homem pode, numa ignorância quase total e ao aproximar-se de macacos, contrair uma doença mortal devido a um vírus da família dos herpes, alertaram especialistas, num colóquio da Sociedade Francófona de Primatologia (SFDP).

Este grupo, explicou Pierre Moisson, veterinário do Parque Zoológico e Botânico de Mulhouse e presidente da SFDP, compreende, nomeadamente, um vírus na origem de uma infecção denominada «botão de febre». Um vírus, aliás terrível, o herpes B, existe em estado natural em várias espécies de macacos asiáticos.

Embora um macaco atingido, a menos que tenha um sistema imunitário enfraquecido por outras razões, não apresente no máximo senão um botão de febre, um humano pode desenvolver uma encefalomielite ascendente, mortal em oitenta por cento dos casos, disse o especialista.

Nada há a temer quando se observa num jardim zoológico, a uma certa distância ou através de um vidro, uma macaco rhésus, caranguejeiro, japonês ou de rabo de porco. Em contrapartida, no caso do pessoal dos zoos e sobretudo dos laboratórios, devem ser tomadas medidas severas.

A morte de uma norte-americana, no Centro de Primatologia de Yerkes, em Atlanta, recordou isso, de modo dramático, em 1997. Algumas gotas de fluído, fossem elas de saliva ou de urina, lançadas por um macaco para o olho da jovem, bastaram.

Mais de duzentos macacos caranguejeiros do «Woburn Safari Park», próximo de Londres, foram recentemente sacrificados após terem sido detectados anticorpos de Herpes B, no seio da colónia.

Redação