ciencia

Sequenciada primeira bactéria halófila

Os cientistas sequenciaram o genoma das bactérias halófilas, organismos que suportam elevados teores salinos. Esta bactéria representa hoje uma relíquia das antigas formas de vida e pode ser encontrada no Mar Morto e nos Grandes Lagos Salgados.

Os cientistas sequenciaram o genoma da primeira bactéria halófila, dentro do grupo das extremófilas (que vivem em ambientes com condições extremas). Trata-se de um microorganismo que consegue sobreviver em ambientes dez vezes mais salgados que a água mar. Os dados genéticos fornecerão uma luz para saber a razão da sua resistência a condições extremas.

Há muito que os investigadores tentam desvendar os segredos da bactéria halófila para usar em biotecnologia, fazendo, por exemplo, com que o arroz nasça em solo salgado.

A informação também poderia servir para averiguar se planetas como Marte poderiam ter tido formas de vida similares, assim como para saber mais sobre o início da vida na Terra.

O microorganismo pode ser encontrado em ambientes como o Mar Morto e nos Grandes Lagos Salgados (América do Norte). Como todas as bactérias extremófilas é um membro do grupo das «archeobacteria», as primeiras a surgir no curso da evolução biológica e que representam hoje relíquias das antigas formas de vida.

Algumas das extremófilas, principalmente as que conseguem sobreviver às elevadas temperaturas das fontes geotermais, já foram sequenciadas.

A equipa internacional de investigadores de 11 universidades dos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido sequenciaram o ADN do microorganismo conhecido por «Halobacterium NRC-1», através de uma técnica de disparos parecida com a usada por Craig Venter no genoma humano.

Descobriram que o microorganismo tem 2 500 genes putativos e cerca de um terço representam novos factos que nunca tinham sido relatados. O professor da Universidade de Massachusetts, Shiladitya DasSarma dirigiu a equipa e considera que «deve contribuir num dos maiores mistérios por resolver da biologia actual».

Redação