Mostrar a estrutura da água nos estados líquido, sólido e gasoso, guiando o observador, como molécula, pelo seu interior é o objectivo do projecto «Água Virtual», desenvolvido na Universidade de Coimbra e destinado às escolas secundárias.
Utilizando técnicas da realidade virtual, o projecto «Água Virtual» destina-se a demonstrar e ensinar a estrutura da água, tanto líquida, como sólida (gelo), ou gasosa, a alunos de Física e Química do ensino secundário, dos 10º, 11º e 12º anos.
O ambiente virtual tridimensional no computador possibilita ao utilizador o posicionamento no interior da estrutura molecular da água (como se ele próprio fosse uma molécula), referiu José Carlos Teixeira, professor da Universidade de Coimbra, e um dos três autores do projecto.
Com o «Água Virtual» pode também observar-se o modo como se «constrói» uma molécula de água peça-a-peça, e examinar quais são as unidades mais pequenas do gelo.
O que se pretende com o projecto é obter um «produto» informático que utilize as mais modernas tecnologias da informação para ensinar Física e Química, aliciando os jovens para o estudo e prática dessas ciências.
«É mais simples visualizar do que imaginar como é», observa José Carlos Teixeira, frisando que a intenção é tornar intuitivo e simples as fases de demonstração dos vários processos.
Até ao final deste ano serão realizadas várias demonstrações para alunos dos ensinos secundário e universitário, para se conhecerem as suas reacções, e a partir daí avançar-se-á para a implementação do «Água Virtual», para a sua alteração ou ampliação.
Aprendizagem real através do virtual
Em termos gráficos, o observador entra numa casa, e numa mesa encontra três cubos de água, nos estados líquido, sólido (gelo) e gasoso. Nas paredes da «sala» encontra painéis informativos sobre o projecto, e informações acerca dos ambientes virtuais, e de como pode navegar.
Como uma molécula, o observador pode penetrar em cada um dos três cubos de água, visionar as moléculas e constatar de que modo, manipulando a temperatura ou a pressão, se podem atingir os estados sólido, líquido ou gasoso.
Deste projecto foram concebidas duas versões. Uma delas, «não imersiva», em que se possa ver o ambiente virtual em écran normal de computador. Uma outra, «imersiva», em que se terá de recorrer a óculos especiais, revelou à Lusa José Carlos Teixeira.
A versão menos complexa servirá de sistema de apoio ao ensino nas escolas secundárias e, eventualmente, ao primeiro ano dos cursos de Física e Química das universidades.
Os dois modelos ficarão patentes no Observatório Infante D.Henrique - Centro de Ciência Viva, em Coimbra.
O projecto «Água Virtual» começou em inícios de 1999, e é apoiado pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia. Envolve os professores da Universidade de Coimbra José Carlos Teixeira (Departamento de Matemática), Carlos Fiolhais (Departamento de Física e Centro de Física Computacional) e Vítor Gil (Departamento de Química e Director do Exploratório Infante D. Henrique).
José Carlos Teixeira revelou que este projecto será o primeiro de um conjunto que se pretende desenvolver para apoio ao ensino, em diversas áreas.