A NASA está a preparar para quinta-feira o lançamento do Discovery, numa missão que visa a construção do «coração» da Estação Espacial Internacional (ISS), marcando um feito na história das naves reutilizáveis: o voo número 100.
A nave na qual estão a ser efectuadas as verificações que antecedem o lançamento vai levar até ao complexo espacial um módulo de acoplagem, a plataforma de instalação de sistemas de comunicações e vários giroscópios que darão estabilidade ao conjunto.
Sete astronautas levarão a cabo os trabalhos que, segundo a agência espacial norte-americana, constituem a primeira fase de construção do «coração» do complexo orbital.
A Estação Espacial Internacional (EEI), situada a cerca de 370 quilómetros de altitude sobre a Terra, é constituída actualmente por três módulos, Zarya, Unity e Zvezda, a primeira fase do complexo e que o torna habitável.
Com a chegada do Discovery, a estação vai receber novos mecanismos que permitirão o seu crescimento até alcançar os cem módulos previstos por altura da sua conclusão, no ano 2006.
A NASA, além de destacar a importância da tarefa, realçou que com ela se cumprirá a missão número cem do seu programa de vaivéns espaciais, um número significativo para este tipo de dispositivo.
Os vaivéns, que voaram pela primeira vez em 1981, puseram em órbita quase um milhão e meio de quilos de carga, repartidos pela estação, observatórios, satélites de comunicações e mecanismos experimentais.
As suas missões completaram um total de 857 dias no espaço, quase quinhentos milhões de quilómetros percorridos e mais de 13.500 órbitas à Terra.
No historial destas naves só há registo de um acidente grave, em Janeiro de 1986, quando o Challenger explodiu pouco depois do lançamento, provocando a morte dos seus sete tripulantes.
Para a missão número cem, baptizada STS-92, foi escolhido o Discovery, o mais veterano de todos os vaivéns, com 28 viagens ao espaço.
A nave parte quinta-feira para uma missão de quase onze dias na qual os astronautas farão quatro «passeios espaciais», com o propósito de instalar na estação os equipamentos que transportam.
«Os pilares da Estação Espacial Internacional já estão colocados e esta missão inicia a verdadeira construção do complexo em órbita», declarou Ron Dittemore, director do programa de vaivéns espaciais.
O vaivém regressa à Terra, se tudo correr como previsto, em 16 de Outubro.