Novos métodos de diagnóstico para a surdez infantil vão reunir dezenas de especialistas portugueses e espanhóis, durante três dias, em Olivença. Um processo inovador que antecipa o dignóstico em três anos é um dos pontos altos deste encontro.
Dezenas de médicos portugueses e espanhóis, especialistas em surdez infantil, participam entre quinta-feira a sábado, em Olivença, nas Jornadas Hispano-Lusas sobre Hipoacusias Infantis, um encontro que servirá para debater novos métodos de diagnóstico.
De acordo com os organizadores, o encontro servirá para apresentação de um novo programa de tratamento da surdez infantil, que teve origem no Hospital Infanta Cristina, de Badajoz, e que já está a ser utilizado em nove hospitais da Extremadura espanhola.
O novo programa, que brevemente será alargado a todo o país vizinho, permite diagnosticar problemas de audição em crianças com poucos dias de vida, o que possibilita um tratamento mais rápido.
De acordo com German Trinidad, director das Jornadas Hispano-Lusas e um dos especialistas envolvidos no programa, «trata-se de um processo inovador, uma vez que permite adiantar, em três anos, o diagnóstico de surdez nas crianças».
«Aquilo que se pretende não é evitar a surdez, mas sim evitar que a criança tenha dificuldades em comunicar, pois quanto mais depressa for diagnosticada a doença, mais rapidamente se inicia a fase de aprendizagem relativamente às formas de comunicação», acrescenta.
O aparelho utilizado neste processo permite fazer um diagnóstico em três minutos, garantindo assim maior eficácia no tratamento.
O médico espanhol adianta ainda que «este método é mais simples e barato do que os utilizados actualmente».
Outra das novidades anunciadas para este congresso é a apresentação, por parte de uma equipa de investigação cubana, de uma técnica que permite diagnosticar a surdez numa criança, mesmo quando esta se encontra a dormir.
As Jornadas Hispano-Lusas, que contam com a presença de especialistas do Hospital Ramón e Cajal de Madrid, do Instituto de Neurociências de Havana (Cuba) e dos hospitais portugueses Garcia da Orta e Estefânia, são consideradas por German Trinidad como «um excelente veículo para trocar experiências e pensar novas formas de colaboração entre os dois países».
As sessões científicas, que a partir de sexta-feira serão transferidas para Badajoz, incluem demonstrações com novos aparelhos e abordagens sobre novas técnicas, sem esquecer a recuperação e o acompanhamento psicológico das crianças surdas e respectivas famílias.