Um tribunal britânico vai levar a cabo a partir de Novembro uma experiência piloto que pretende deslocar os encontros entre magistrados e advogados das salas de tribunal para o ciberespaço. A internet em nome da rapidez da justiça.
Enquanto Portugal prepara uma operação de informatização total dos serviços judiciais e a criação de uma ligação em rede dos tribunais nacionais, o Reino Unido avança com um projecto mais ousado que coloca a justiça a percorrer o caminho do ciberespaço.
O objectivo da iniciativa do tribunal de Preston, no noroeste da Inglaterra, é experimentar a internet como meio para acelerar os processos judiciais em curso no que respeita a violações do código civil. Um passo de vanguarda na justiça do país onde advogados e juizes ainda usam a tradicional peruca, símbolo da autoridade judicial.
O lançamento do projecto piloto tem data marcada para Novembro e consiste na possibilidade de magistrados e advogados comunicarem através de foruns de discussão online ou caixas de correio electrónicas, evitando os constrangimentos de espaço e tempo dos «rendez-vous» marcados para o espaço do tribunal.
As vantagens do ciberespaço vão quebrando assim os redutos mais tradicionais e provocando a rendição da sociedade às vantagens da internet. Tudo em nome da eficácia e da rapidez que, por vezes, escasseiam na justiça devido às regras de funcionamento que geram alguma morosidade na resolução dos processos.
Caso a experiência se revele um fenómeno de sucesso, os britânicos deixam a promessa: a passagem da justiça local inglesa pelo ciberespaço será alargada a todo o país.