O lançamento do vaivém espacial Discovery previsto para hoje do centro Kennedy, perto de Cabo Canaveral, «foi adiado pelo menos 24 horas devido a um potencial problema técnico», anunciou um porta-voz da NASA, David Steitz.
Os responsáveis da missão, precisou o porta-voz, reviram os registos da missão do vaivém Atlantis em Setembro e aperceberam-se de que a separação do vaivém e do seu reservatório de carburante não estava a funcionar perfeitamente.
Querem efectuar uma investigação alargada antes de lançar o Discovery.
A contagem decrescente para a missão número 100 da NASA começara esta manhã e o lançamento do Discovery estava marcado para as 9:38 (01:38 GMT).
Os meteorologistas da NASA estavam preocupados com as condições climatéricas. As chuvas e ventos fortes poderão obrigar a NASA a adiar a missão para a próxima semana.
Segundo o meteorologista John Weems as condições climáticas estão reunidas em 60 por cento e «um conjunto de factores» poderão adiar o lançamento.
Se tudo correr bem, o vaivém regressa irá passar 11 dias em órbita e regressará à Terra em 16 de Outubro.
A nave Discovery vai levar até ao complexo espacial um módulo de acoplagem, a plataforma de instalação de sistemas de comunicações e vários giroscópios que darão estabilidade ao conjunto.
Sete astronautas levarão a cabo os trabalhos que, segundo a agência espacial norte-americana, constituem a primeira fase de construção do «coração» do complexo orbital.
A Estação Espacial Internacional (EEI), situada a cerca de 370 quilómetros de altitude sobre a Terra, é constituída actualmente por três módulos, Zarya, Unity e Zvezda, a primeira fase do complexo e que o torna habitável.
Com a chegada do Discovery, a estação vai receber novos mecanismos que permitirão o seu crescimento até alcançar os cem módulos previstos por altura da sua conclusão, no ano 2006.
Número 100
Além da missão técnica, o lançamento do Discovery marca um feito na história das naves reutilizáveis: o voo número 100.
Para a missão número cem, baptizada STS-92, foi escolhido o Discovery, o mais veterano de todos os vaivéns, com 28 viagens ao espaço.
Os vaivéns, que voaram pela primeira vez em 1981, puseram em órbita quase um milhão e meio de quilos de carga, repartidos pela estação, observatórios, satélites de comunicações e mecanismos experimentais.
As suas missões completaram um total de 857 dias no espaço, quase quinhentos milhões de quilómetros percorridos e mais de 13.500 órbitas à Terra.
No historial destas naves só há registo de um acidente grave, em Janeiro de 1986, quando o Challenger explodiu pouco depois do lançamento, provocando a morte dos seus sete tripulantes.