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Plantas com barreira contra genes transportados

Os cientistas norte-americanos estão a investigar uma forma de estabelecer uma barreira genética contra os genes transportados, sob a forma de pólen, de outras plantas, incluindo GM. No caso do milho, foram pesquisar as propriedades do teosinto.

Os cientistas norte-americanos estão a investigar uma forma de estabelecer uma barreira genética contra os genes transportados de outras plantas. As novas plantas não recolhem os genes vindos de outras plantas, incluindo as geneticamente modificadas, segundo os investigadores da Universidade de Wisconsin.

Os investigadores acreditam que as pesquisas vão ajudar os produtores de agricultura biológica, que temem a contaminação das suas plantas com os genes das plantas GM. Para excluir os genes estranhos por uma barreira molecular estão a ser exploradas as capacidades do teosinto, uma gramínea anual, de aspecto semelhante ao milho, do qual é considerado ancestral.

Uma série de variedades de milho, orgânico e GM, têm a capacidade de tomar os genes de outras estirpes quando entram em contacto com o pólen, formando híbridos. Quando tal acontece acidentalmente, as colheitas podem perder-se.

O teosinto raramente adquire os genes do milho, apesar de terem sido cultivados, lado a lado, durante milhares de anos. Em causa está uma barreira que mantém os genes estranhos afastados. Aplicado este conhecimento geneticamente, o milho deixaria de sofrer a fertilização cruzada pelo pólen trazido pelo vento ou pelos insectos.

A engenharia genética ainda não construiu esta nova planta. Segundo o professor Jerry Kermicle, «ainda não existe o clone do gene» para que esse passo possa ser dado. No entanto, acrescenta, «estamos a falar de uma transferência genética clássica através de reprodução cruzada».

A associação Soil, que promove no Reino Unido a agricultura biológica, não acreditam que a tecnologia consiga proteger os consumidores e agricultores que queiram consumir alimentos não modificados geneticamente. Por outro lado, consideram que «coloca um fardo injusto aos agricultores biológicos, que não só seriam forçados a plantar uma das poucas espécies de milho com o novo tratamento mas também porque seriam cobaias numa experiência científica».

Redação