A Bíblia fala de uma mulher criada a partir de uma costela do homem. Um estudo genético agora publicado demonstra que primeiro veio «Eva» e só depois «Adão». Também o paraíso original tem localização precisa: África.
Afinal, no princípio era a mulher. Um estudo genético veio provar que Adão e Eva não se cruzaram nos jardins do Paraíso. O edição de Novembro da publicação científica «Nature Genetics» revela nas suas páginas uma versão diferente da história da humanidade: ao contrário do texto bíblico, Eva não foi moldada de uma costela de Adão.
Os mais antigos antepassados humanos identificados pela ciência, a quem podemos chamar Adão e Eva, não só nunca se encontraram, como a «Eva» tem quase o triplo da idade de «Adão». A humanidade é uma sociedade matriarcal, pelo menos quando nos restringimos à herança genética primordial.
O estudo levado a cabo pela equipa internacional de Peter Underhill, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos demonstra que os cromossomas sexuais humanos evoluíram a um ritmo diferente. Os cromossomas X matriarcais têm 143 mil anos, enquanto que os Y patriarcais contam com a idade de 59 mil anos.
África mãe
O estudo coordenado por Peter Underhill analisa ainda as variantes genéticas a nível geográfico. Nesta vertente, o homem moderno teve como berço o continente africano. Identificado o ponto de origem, o documento de investigação tenta ainda traçar o percurso feito pelos primeiros homens e mulheres modernos para analisar os grupos populacionais dispersos pelo globo.
Segundo o estudo genético, tudo começou há 150 mil anos em África. Passada a fase de uma infância prolongada com uma duração de cerca de 100 mil anos, os pioneiros da humanidade partiram para a Ásia e Europa há 50 mil anos.
O estudo publicado na «Nature Genetics» vem traçar um «era uma vez» da vida humana na Terra bem diferente da tradicional, da bíblica ou da socialmente estabelecida, onde no princípio existiu uma mãe e só depois uma pai e que tem como cenário primeiro África.