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Relação entre Parkinson e pesticidas reconfirmada

Cientistas norte-americanos confirmaram aquilo que já se suspeitava: uma das causas da doença de Parkinson pode ser a exposição prolongada a certos pesticidas. Os estudos mostram também que os radicais livres são determinantes no desenvolvimento de sintomas da doença.

Um pesticida orgânico produz sintomas semelhantes aos da doença de Parkinson, de acordo com cientistas da Universidade Emory na Georgia, EUA, publicado na revista «Nature Nueroscience» e citado na BBC.

O estudo vem assim contribuir para fundamentar a teoria de que a exposição a certos pesticidas pode, a prazo, provocar danos no cérebro humano. A equipa de cientistas coordenada por Tim Greenamyre verificou que a administração intravenosa do pesticida Rotenone em ratinhos provocou o desenvolvimento de sintomas comuns à doença de Parkinson.

O Rotenone, além de ser aplicado como pesticida, é também usado para matar peixes. Até agora, tem sido considerado relativamente inofensivo para o Homem.

No entanto, os cientistas estão agora convencidos que pode interferir com células no cérebro responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina, cuja carência produz os sintomas associados à doença de Parkinson, como tremores, rigidez e dificuldades de locomoção.

As causas da doença de Parkinson são desconhecidas e muitos casos surgem de forma aparentemente aleatória em pessoas sem casos da doença nma família. A exposição a pesticidas e certas toxinas tem sido uma das causas na origem da doença, de acordo com alguns cientistas.

Durante as experiências na universidade, Greenamyre injectou o pesticida a ratinhos ao longo de algumas semanas e verificou não apenas que os animais desenvolviam sintomas da doença, como revelaram alterações cerebrais semelhantes às de um doente de Parkinson.

A equipa de Greenamyre pensa que o pesticida poderá fazer com as mitocôndrias (os organitos resposnáveis pela respiração celular) provoquem a libertação de radicais livres (moléculas prejudiciais às células), os quais afectam as células nervosas produtoras de dopamina.

adrian Wiiliam, presidente do painel de aconselhamento da Sociedade da Doenmça de Parkinson do Reino Unido, afirmou à BBC acreditar que uma minoria de pessoas possa contrair a doença devido à exposição a pesticidas, mas realçou que é prematuro tirar conclusões baseadas em estudos com animais.

Outro estudo publicado na revista «Science» suporta igualmente a hipótrese de radicais livres estarem associados ao desenvolvimento da doença.

Um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade da Pennsylvania, EUA, identificou uma proteína (alfa-sinucleína) que, quando danificada pela presença de radicais livres, desencadeia sintomas da dpença de Parkinson.

Redação