A epidemia da febre hemorrágica do ébola matou já 99 pessoas no Uganda. Embora o número de casos mortais tenha baixado, as origens da doença permanecem desconhecidas. Nas últimas 24 horas registaram-se mais três casos mortais.
A epidemia da febre hemorrágica do ébola matou já 99 pessoas no Uganda desde que se iniciou o alastrar da doença, em meados de Setembro, e embora tenha baixado o número de casos mortais, as origens da doença permanecem desconhecidas.
Nas últimas 24 horas registaram-se mais três casos mortais, dos quais dois em Gulu (norte), onde a epidemia fez todas as suas vítimas mortais à excepção de três, falecidas na cidade de Mbarara, no sudoeste.
O número total de casos recenseados desde meados de Setembro é de 301, e a taxa de mortalidade é de 32 por cento, um indicador bem mais baixo do que os verificados em anteriores epidemias conhecidas, designadamente no antigo Zaire e no Sudão.
Sinais encorajantes
Na passada quarta-feira, o Ministério da Saúde do Uganda anunciou que o ritmo de falecimentos diminuíra. Um outro sinal encorajante foi a recuperação e alta hospitalar de 171 pessoas.
A taxa de mortalidade relativamente baixa e a taxa de recuperação elevada explicam-se em parte pela mobilização rápida das autoridades médicas e sanitárias ugandesas e internacionais.
Desde que o vírus mortal foi formalmente identificado em 14 de Outubro, ou seja, um mês após a primeira vítima mortal, o pessoal médico pôs em movimento os meios operacionais, permitindo assim conter a propagação da doença. Paralelamente foi lançada imediatamente uma grande campanha de informação e esclarecimento.
Prevenção
Em Gulu, por exemplo, pediu-se rapidamente às pessoas para suspenderem os rituais funerários que consistem, para o conjunto da família e parentes próximos lavar os corpos, podendo dar-se o contágio através dos fluídos corporais.
A epidemia levou até agora a Gulu 40 especialistas internacionais das febres hemorrágicas virais, em que o ébola é a mais mortal até agora conhecida.
Recorde-se que a primeira epidemia de ébola identificada verificou-se no Zaire (hoje República Democrática do Congo) em 1976. O Uganda, país vizinho, tinha sido poupado, mas logo que a doença foi conhecida, em meados de Outubro, soldados ugandeses de regresso do norte da RDCongo - onde apoiam a rebelião contra o regime de Kinshasa - foram imediatamente incriminados como transmissores do vírus.
Todavia, nenhum caso fora registado no contexto dos soldados ugandeses, pelo que a teoria da origem congolesa não prevaleceu, tal como uma eventual origem sudanesa.