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Doenças genéticas nos fetos mais fáceis de detectar

Cientistas australianos desenvolveram um método mais seguro e barato para detectar doenças genéticas nos fetos. Custa menos de 12 mil escudos, e a mãe apenas tem de dar uma amostra de sangue.

Uma equipa de cientistas australianos desenvolveu um processo mais seguro e mais barato para determinar a existência de doenças genéticas nos fetos, nomeadamente a síndrome de Down.

Mervyn Jacobson, director executivo da empresa que dirigiu o projecto, a Genetic Technologies Limited, explicou hoje que «o mais decisivo foi conseguir separar, em menos de 15 minutos, as células vivas do feto e as da mãe através de um aparelho denominado citómetro».

«Este aparelho separa cerca de cinco mil células por segundo, tendo em conta que por cada 500 mil células maternas existe uma célula do feto», acrescentou Jacobson. Separando as células do feto «podemos analisar o seu ADN, detectar anomalias cromossómicas ou defeitos no final do tubo neural que podem pôr em risco a sua saúde», continuou.

A vantagem desta técnica, denominada «Rare Sellect», é que «a mãe tem de dar apenas uma amostra de sangue, o que a diferencia dos métodos actuais que requerem a utilização de procedimentos cirúrgicos hostis. Neste caso, não se põe em perigo nem a mãe nem o feto», afirmou o director executivo.

A «Rare Sellect» detecta possíveis anomalias nas primeiras semanas de gravidez e é um custa menos de 12 mil escudos.

Actualmente são possíveis dois métodos diferentes. A amniocentése, apenas para mulheres com mais de 35 anos, que consiste em extrair líquido amniótico que rodeia o feto, e a biópsia de vilosidade coriónica (CVB), que requer um corte na parede da placenta e que se realiza entre as 15 e as 20 semanas de gravidez.

Mas, segundo Jacobson, «um terço das mães recusam submeter-se a estes testes».

O director executivo sublinhou que é importante que todas as mães tenham a oportunidade de submeter-se a exames como o que a sua empresa desenvolveu, uma vez que «80 % dos recém nascidos com síndrome de Down são filhos de mães com idade inferior a 35 anos».

Esta nova técnica deverá estar ao alcance de todos os hospitais do mundo nos próximos dois anos. Afinal « é importante aumentar as opções de detecção de doenças prematuras, já que por cada 700 recém nascidos em todo o mundo, um sofre da síndrome de Down», concluiu o especialista.

Redação