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Depressão com proporções de epidemia

A depressão é a primeira causa de suicídio e, em 2020, vai ser a segunda causa de incapacidade a nível mundial. Especialistas alertam para que esta doença seja colocada no topo da agenda pública mundial.

A depressão está a alcançar proporções epidémicas e a Organização Mundial de Saúde admite que em 2002 esta doença será, a nível mundial, a segunda causa de incapacidade global, superada apenas pelas doenças cardíacas.

De acordo com os especialistas, os sintomas da depressão causam mais incapacidade física que as diabetes, a artrose e a hipertensão, pelo que, os indivíduos em estados depressivos são mais propensos ao absentismo.

«As limitações associadas à depressão são, muitas vezes, desvalorizadas em relação a outras doenças crónicas. No entanto, investigações recentes demonstram que apenas as patologias cardíacas causam mais incapacidade que os estados depressivos», afirmou Robert Hirschfeld, investigador no Departamento de Psiquiatria e Ciência do Comportamento da Universidade do Texas, alertando para a necessidade de «colocar a depressão no topo da agenda da saúde pública mundial».

Os estados depressivos são a primeira causa de suicídio e, nas últimas décadas, esta situação tem vindo a aumentar dramaticamente nos jovens: o suicídio é a terceira causa de morte nos indivíduos entre os 15 e os 24 anos.

Para além das consequências físicas, a depressão prejudica as condições económicas dos doentes. Segundo um estudo norte-americano, os estados depressivos diminuem em cerca de 28 por cento a produtividade. Os custos relacionados com o tratamento da doença implicam, também, um acréscimo considerável de despesas.

Além disso, um estudo publicado na revista médica «Lancet» revela que grande parte dos doentes depressivos abandona os tratamentos antes do fim, devido aos efeitos secundários que implicam - como, por exemplo, disfunções sexuais. O que significa que muitos doentes sofrem recaídas constantes.

De acordo com os especialistas, a nova geração de antidepressivos de dupla acção, apresentam uma maior eficácia em relação aos antidepressivos clássicos, uma vez que não provocam efeitos secundários. Isto poderá ser uma forma de incentivar os doentes a cumprir os tratamentos até ao fim.

Redação