Uma equipa internacional de astrofísicos descobriu uma anã-castanha ou uma estrela próxima de massa muito débil. A descoberta foi efectuada pelo Observatório de Grenoble.
Uma equipa de astrofísicos do Observatório de Grenoble descobriu uma anã-castanha ou uma estrela próxima de massa muito débil. O Sol está, afinal, mais acompanhado.
As anãs-castanhas são objectos de dimensão sub-estelar (mais pequeno que as estrelas), sem gravidade suficiente para que se desencadeie no seu interior a fusão nuclear.
Mas ao contrário dos planetas, as anãs-castanhas brilham, devido à sua própria energia, durante um certo espaço de tempo.
Na Primavera, dois astrónomos do Observatório de Grenoble descobriram, em imagens obtidas através do projecto DENIS (Deep Near Infrared Survey of the Southern Sky), um objecto vermelho e mais brilhante que o habitual, que poderia ser uma estrela de massa muito débil ou uma estrela gigante longínqua.
O projecto DENIS, concebido precisamente para explorar o hemisfério Sul, detecta facilmente este tipo de corpos, permitindo assim, avaliar no futuro o número de estrelas com massa muito fraca e de anãs-castanhas presentes nas proximidades do Sol.
No entanto, em colaboração com um astrofísico espanhol, os dois cientistas puderam observar este astro com o telescópio Keck-I, no Hawai, chegando à conclusão de que se trata afinal, ou de uma estrela de massa débil ou de uma anã-castanha gigante.
Os astrofísicos estimam que se trata de um astro de massa muito pequena: entre 60 a 90 vezes a massa de Júpiter.
Neste conjunto de hipóteses também se pode tratar de uma anã-castanha, já que o limite entre estas e as estrelas é de 75 vezes a massa de Júpiter.
A análise, efectuada por astrónomos do Observatório de Paris, com a Máquina Automática de Medições de Astronomia (MAMA, do Centro de Análise de Imagens), mostra que o astro se desloca muito rapidamente no tempo, em relação às estrelas longínquas, o que significa que está muito próximo de nós.A sua distância foi calculada pelos investigadores em 13 anos - luz.
Estes objectos escaparam até agora à atenção dos especialistas, sobretudo no hemisfério Sul, menos sistematicamente explorado que o hemisfério Norte.
A descoberta será publicada na revista europeia «Astronomy and Astrophysics Letters».