Não é outra ovelha mas sim uma galinha concebida, também, pelo Instituto Roslin, de Edimburgo. O objectivo é aproveitar as proteínas das claras dos ovos para avançar no aperfeiçoamento de medicamentos contra o cancro.
A mesma equipa que conseguiu produzir em tubo de ensaio a ovelha Dolly, prepara-se para mostrar ao mundo mais uma delicada e complexa operação de laboratório. Trata-se da galinha Britney, cujos ovos poderão servir para fabricar medicamentos contra o cancro, noticia o semanário britânico «Mail on Sunday».
O objectivo da criação da galinha Britney é possibilitar que as claras dos ovos permitam a obtenção de proteínas conducentes à produção de medicamentos para o combate ao cancro.
As proteínas das claras dos ovos dependem do código genético da galinha. Mudar os genes num só núcleo celular do animal pode culminar numa galinha que põe ovos abundantes nas proteínas desejadas, explica o semanário. Cada galinha geneticamente modificada deverá assim pôr, por ano, 250 ovos que produzirão grandes quantidades das proteínas necessárias ao fabrico desses novos medicamentos.
Até ao momento, a produção de proteínas, mesmo em pequenas quantidades laboratoriais, revelou-se difícil e cara, e o aperfeiçoamento de novos medicamentos destinados a cuidar de doenças, como o cancro nos ovários e no seio, foi bloqueado.
Cada ovo posto por Britney, deverá conter cem miligramas (ou mais) de proteínas.
A notícia, divulgada pelo semanário «Mail on Sunday» de hoje, afirma que os Instituto Roslin de Edimburgo, a quem se deve a clonagem da ovelha Dolly, vai anunciar oficialmente na próxima quarta-feira a criação da galinha Britney, que levou cerca de dois anos a ser concebida.
Dois anos foi igualmente o tempo apontado pelos cientistas para se iniciar a produção de novos medicamentos.