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Museu da Ciência a caminho

Coimbra quer fazer um grande Museu das Ciências nos próximos anos, a partir do numeroso e valioso espólio que a Universidade detém, no edifício do «Laboratório Chimico» e no antigo Colégio de Jesus.

Coimbra quer fazer um grande Museu das Ciências nos próximos anos, a partir do numeroso e valioso espólio que a Universidade detém, a maior parte hoje inacessível ao público e estudiosos.

O edifício do «Laboratório Chimico» do século XVIII, um dos espaços escolhidos, poderá abrir ao público em 2002. No entanto, o antigo Colégio de Jesusalberga o núcleo principal do museu, incorporado no edifício da Sé Nova, só estará acessível em 2006 ou 2007.

Segundo o estudo da Universidade de Coimbra (UC), de uma comissão composta por Gonçalo Byrne (arquitecto e responsável pelo Plano de Ordenamento do Polo I da UC), Paulo Gama Mota (Faculdade de Ciências UC) e João Rui Pita (Faculdade de Farmácia UC) e com a colaboração de Michael Van Präet (Museu de História Natural de Paris) prevê o complexo museológico venha a ser «um grande centro de difusão das ciências e do conhecimento científico junto do grande público».

A primeira fase do Museu vai custar cerca de 250 mil contos, e o seu financiamento já se encontra assegurado. A segunda fase, no antigo Colégio de Jesus, ascenderá a cerca de 2,5 milhões de contos, e a celeridade da sua concretização dependerá dos financiamentos anuais à concretização do Plano de Desenvolvimento da Universidade de Coimbra.

Seabra Santos, vice reitor da Universidade, disse estar em negociações com os ministérios da Cultura e Ciência e Tecnologia para o financiamento, no âmbito do III QCA (Quadro Comunitário de Apoio), por estar em causa um projecto «muito ambicioso». Agora é preciso encontrar novas instalações para vários departamentos da Faculdade de Ciências e laboratórios da Faculdade de Farmácia.

Objectivos

O Museu das Ciências tem como objectivos conservar e apoiar o ensino, criando reservas e oficinas de restauro para preservação das colecções e, por outro lado, facilitar o estudo de especialistas e criar um pólo nacional de difusão das ciências aberto à sociedade.

O Laboratório Chimico (1773-1777) nasceu para desenvolver da nova química iniciada por Lavoisier. O Colégio de Jesus, resultante da transformação no final do século XVIII do antigo Colégio dos Jesuítas, albergou o Museu de História Natural e o Museu de Física, o que permitiu conservar até hoje o aspecto original de uma parte das salas e das vitrinas.

«A possibilidade de abrir ao público estes dois edifícios, situados frente a frente, constitui uma excepcional oportunidade de apresentar esta transição das ciências, que, na charneira dos séculos XVIII para o século XIX, passaram da descrição e da acumulação de dados para a análise dos processos e para a experimentação».

O Museu de História Natural tem milhares de peças de zoologia, botânica, paleontologia, mineralogia e antropologia, assim como numerosos objectos etnográficos entre os mais antigos do mundo. O Museu da Física reúne instrumentos de investigação dos séculos XVIII e XIX. Passarão a fazer parte de um só.

No sector da museologia, a Universidade tem em curso outras intervenções. O restauro do Museu de Arte Sacra, a reabrir em 2001, tem um orçamento de 80 mil contos, e pensa já na criação do Museu da Universidade nas caves do Observatório Astronómico, soterradas no Pátio das Escolas.

Redação