São tantas as horas de sono perdidas pelas jovens mães, que estas acabam por sofrer graves mudanças de disposição e de estado de espírito. Está provado que, sem dormirem, desempenham muito pior as suas funções.
As mães perdem tantas horas de sono que acabam por sofrer terríveis mudanças de disposição, de estado de espírito e desempenham pior as suas funções do que um condutor embriagado.
Estas são conclusões de uma investigação que indica que perto de um quinto das mães passam regularmente 24 horas sem dormir nas primeiras oito semanas após o nascimento do bebé.
Especialistas acreditam que a resposta para essas mães é dormir enquanto os bebés também dormem. Para tal, aconselham-nas a tirar uma sesta durante o dia.
Os investigadores interrogaram 47 jovens mães acerca do seu sono. Menos de um quarto, cerca de 23 por cento, das que não conseguem dormir, estão a tentar recuperar as horas habituais de sono por dia.
Alguns bebés acordam mais de 15 vezes durante a noite e normalmente é a mãe que se levanta nesse período nocturno para tomar conta do seu bebé.
Aquelas que dormem menos de três horas por noite podem sentir-se fora de controle no dia seguinte. Cinquenta e oito por cento afirmaram que acabam por considerar difícieis, simples tarefas do dia-a-dia.
Noventa por cento daquelas que conseguem dormir mais de seis horas por noite, dizem sentirem-se contentes e felizes, enquanto 39 por cento das mães que dormem menos de três horas por noite estão bastante tristes e infelizes.
O sono afecta o desempenho de funções
O psicólogo Dieter Wolke, que conduziu este estudo, explicou que «a experiência de uma privação cumulativa de sono pode afectar o bem-estar, o conforto e a felicidade de uma pessoa, mas a esperança de que tudo vá correr melhor faz com que a maioria das mães vá à luta».
Heather Engleman, uma investigadora do Centro de Sono de Edimburgo, diz que as descobertas desta investigação confirmam os conhecimentos já adquiridos sobre o modo como a privação do sono afecta as pessoas. Engleman defende que o sono influencia a disposição e a paciência e, muitas vezes, agrava os problemas.
Se uma pessoa ficar privada de dormir por duas ou três noites, pode ter efeitos graves no modo como desempenha as suas funções.
«Eles vão primeiro observar o desempenho em tarefas mais complexas. É aí que entra a condução», disse Engleman. «A privação do sono prejudica a condução, criando desempenhos piores do que quando se ingere álcool», sublinhou.
«Esqueça o trabalho de casa»
Heather Engleman aconselha as mães a tentarem tirar uma «pequena soneca» durante o dia, pois assim facilita-lhes a privação de sono à noite.
«Não se preocupem com os trabalhos domésticos. Afinal, a vossa saúde mental é mais importante», aconselha a investigadora.
Mas Engleman avisou também que os sintomas de carência de sono não se podem confundir com a depressão pós-parto, onde as recentes mães querem dormir a toda a hora e geralmente sentem-se muito apáticas. Neste caso, deve ser consultado imediatamente o médico.