22 por cento dos portugueses utilizam a Internet e 39 por cento o computador. O maior estudo de sempre sobre utilização das Tecnologias de Informação foi hoje apresentado pelo ministro da Ciência.
A penetração da internet duplicou em Portugal. O nosso país foi um dos cinco estados membros da União Europeia a dobrar os índices de penetração da net, ultrapassando a Espanha.
Contudo, Portugal continua a ter uma taxa de penetração inferior a 20 por cento, situando-se no antepenúltimo lugar dos Quinze, segundo dados de Outubro divulgados pela Comissão Europeia.
O crescimento da internet no país é acompanhado por um aumento de páginas em português na web. Em 12 de Dezembro, estavam registados 14116 domínios na extensão «.pt», o que constitui novo recorde.
A informação foi hoje revelada pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, que apresentou também os resultados do primeiro inquérito nacional feito pelo Observatório das Ciências e das Tecnologias (OCT), organismo do Ministério da Ciência e da Tecnologia (MCT).
Escolas portuguesas na frente
Portugal ocupa o terceiro lugar dos países europeus com maior número de escolas ligadas à Internet.
Segundo documentos apresentados pelo ministro, 100 por cento dos estabelecimentos de ensino acima do 6º ano de escolaridade têm ligação à rede mundial de computadores, enquanto que esse valor é de 50 por cento nas escolas até ao 6º ano.
Na União Europeia, 28,4 por cento dos lares têm ligação à internet. Esta penetração é equivalente há que existia nos Estados Unidos há 18 meses.
Os números levam o ministro a afirmar que Portugal deve orgulhar-se de estar na linha da frente deste avanço tecnológico. Gago esclareceu que «estamos muito longe das taxas de penetração que nos preocupavam há alguns anos».
Cursos universitários mais fáceis
Os europeus passam em média 5,4 horas on-line por semana, embora a Comissão Europeia reconheça que as ligações em banda larga são ainda limitadas.
A síntese dos estudos europeus e do estudo nacional agora efectuados foi hoje apresentada em Conselho de Ministros e será discutida amanhã na Conferência Interministerial sobre Tecnologias de Informação.
O ministro informou que a partir de agora, o Governo vai tomar medidas relativas à internet de três em três meses e baseadas em estudos feitos pelo OCT.
Mariano Gago reconhece que «ainda há muito para fazer», nomeadamente ao nível do comércio electrónico e do incentivo à formação superior em Tecnologias de Informação.
O ministro anunciou que pretende atrair os adultos em idade jovem que não estão a estudar e motivá-los a ingressar na universidade.
Reconhecendo que isso implica «uma grande mudança no ensino superior», o governante revelou que não pretende exigir que uma pessoa que deixou os estudos faça cadeiras específicas para ingressar no curso. «Deve ser um ingresso fácil», considerou.