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Hipótese de vida em Marte

Cientistas anunciaram esta semana que a presença de extraordinários fósseis magnéticos, presentes num meteorito originário da Marte, sugere que o planeta já hospedou formas de vida primitivas.

A única fonte conhecida destes cristais magnéticos microscópicos na Terra são certo tipo de bactérias que os produzem para procurar comida e energia.

O magnetite, mineral fortemente magnético, que cristaliza no sistema cúbico e importante minério de ferro, é criado através de forças naturais no nosso planeta. Mas, os magnetites de cristal, como os que são produzidos exclusivamente por uma classe de bactérias aquáticas, são diferentes. São quimicamente puros e sem defeitos.

Segundo Joseph Kirschvink, um geobiólogo que participou neste estudo da Nasa, «o processo de evolução levou a que a bactéria «magnetoestática» criasse pequenas barras magnéticas perfeitas, diferente de qualquer espécie conhecida fora da biologia».

As amostras magnéticas são oriundos do mais antigo meteorito conhecido do planeta vermelho, uma pedra do tamanho de uma batata e que se estima que tenha 4.5 biliões de anos de idade. Os cientistas consideram que vida poderá ter sido criada nessa altura, no planeta.

De acordo com Simon Clement, outro investigador envolvido no estudo, «Marte é mais pequeno que a Terra mas desenvolveu-se mais depressa. Consequentemente, a produção de pequenos ímans por parte de bactérias poderá ter-se desenvolvido mais cedo em Marte».

Kirscvink, Clement e outros cientistas planetários publicaram as suas descobertas na edição de Dezembro de «Geochimica et Cosmochimica Acta», o jornal de Sociedade Geoquímica e Meteórica.

De acordo com os investigadores o meteorito em questão chegou à Terra há mais de 13.000 anos na Antarctica, onde permaneceu enterrado até 1984.

Já em 1996 os cientistas da Nasa criaram um frenesim com o anúncio da descoberta de fósseis microscópicos de vida no meteorito em questão.

Há quem diga quem defenda que a vida terrestre poderá ter sido contaminada depois da pedra ter atingido a Terra. Mas, investigações mais tarde, demonstraram que os exemplares vêm de uma secção não contaminada do meteorito.