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Especialista americano diz que o perigo é real

Um especialista norte-americano, autor de um livro com pareceres científicos sobre o urânio empobrecido, afirmou à TSF que o perigo no Kosovo é real e que a NATO deve assumir as responsabilidade das consequências na saúde dos militares.

«Não quero exagerar, mas o perigo é real». John Catalinotto explicou à TSF que a perigosidade está actualmente mais reduzida pois os bombardeamentos sobre o Kosovo já terminaram.

Sublinha, no entanto, que o urânio «está sob a forma de poeiras», existindo a possibilidade de «alguns problemas» se desenvolverem ao longo dos anos.

O especialista diz que «todos os países sabiam do urânio empobrecido» aquando da intervenção da NATO no Kosovo. «Não há segredos quanto isso», assegura.

Na sua opinião, os países «sabiam que havia algum risco nesta missão». As consequências devem agora ser «partilhadas por todos», afirma, dizendo que «em primeiro lugar, essa responsabilidade cabe ao Pentágono».

Este especialista explicou ainda que o urânio empobrecido provoca dores de cabeça, náuseas, tonturas, sensação de fraqueza, leucemia e diversas formas de cancro; além de causar fraquezas no sistema imunitário, várias deformações e problemas genéticos.

John Catalinotto é o editor do livro «O Metal da Desonra», que reúne vários pareceres de cientistas sobre a questão do urânio.

Já foram feitas medições

Entretanto, o comandante das tropas portuguesas no Kosovo, Ataíde Banazol explicou que Portugal, por «mais do que uma vez», já realizou leituras de radiações em determinados locais do terreno.

Os resultados atingiram valores «extraordinariamente baixos na ordem os 0,02 centigrais», o que considera serem «valores que se enquadram na radiação ambiental». Contudo, o comandante sugere que as leituras sejam confirmadas por técnicos mais credenciados.