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Análises ao cabelo não são fiáveis

Uma dupla de investigadores californianos anunciaram hoje que a análise de pelos capilares não constitui uma ferramenta fiável para diagnosticar a saúde e nutrição dos pacientes.

O anúncio de que as análises de cabelo devam ser encaradas com cepticismo pelo público e ignoradas pelos médicos, vai um pouco contra a corrente do que tem sido veiculado por diversos orgãos científicos.

Os investigadores californianos que divulgaram esta análise enviaram amostras de cabelo de um único voluntário para seis laboratórios norte-americanos, que são responsáveis por 90 por cento das 225 mil análises minerais a amostras de cabelo.

As conclusões dos laboratórios variam consideravelmente, e com base nos seus resultados propõem dietas e suplementos alimentares que muitas vezes são incompatíveis, de acordo com o estudo publicado esta semana no «Journal of the American Medical Association».

Há nove laboratórios no E.U.A. que propõem análises minerais de cabelo como uma ferramenta de dignóstico. O público gasta quase dez milhões de dólares por ano nesses testes.

O estudo prova que os laboratórios utilizam métodos diferentes de teste nas amostras de cabelo, empregam vários pontos de referência para a matéria mineral e, consequentemente, obtêm resultados inconsistentes.

Os resultados das análises ao cabelo podem ser falseados por tratamentos capilares, poluição ou técnicas laboratoriais inconsistentes, afirma o estudo.

Os investigadores aconselham os médicos a não utilizarem a análise capilar para avaliar pacientes expostos a perigos ambientais ou para recomendarem tratamentos nutricionais.

Um editorial no «Journal of the American Medical Association» apoia os pontos de vista desenvolvidos neste estudo.