O tratamento de recaídas para doentes com depressão é agora possível devido a um medicamento de dupla acção. A mirtazapina apresenta uma acção mais rápida do que as terapêuticas «clássicas».
Já está disponível no mercado português um medicamento que previne as recaídas dos doentes que sofrem de depressão. A mirtazapina, uma substância activa de um antidepressivo de dupla acção, não só actua com maior rapidez, como também oferece aos pacientes grandes possibilidades de evitar recaídas.
O medicamento foi tornado público durante o encontro científico da especialidade em Budapeste. A iniciativa reuniu 500 psiquiatras internacionais que ouviram e discutiram as últimas informações e avanços sobre a depressão e o seu tratamento.
Segundo Robert Hirschfeld, do departamento de Psiquiatria da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, «esta é uma nova evidência a acrescentar aos resultados já existentes, provando que a mirtazapina tem uma maior e mais rápida acção que os antidepressivos 'clássicos'. A rapidez de acção é um factor de grande importância para os doentes, mas também para os médicos».
Para o novo estudo foram necessários 250 pacientes que sofriam de depressão major e que não responderam de forma satisfatória ao tratamento com outras substâncias.
Durante oito semanas os doentes receberam o tratamento de mirtazapina (15 a 45 mg) ou sertraline (50 a 200 mg), nas três primeiras semanas.
Logo na primeira semana de tratamento foi registada uma diferença de dois pontos. «Estes dois pontos tiveram estatisticamente e clinicamente muito significado. É elevado e suficiente para se constatar nos doentes. Isto torna o fármaco um tratamento de opção de primeira linha», acrescentou Hirschfeld.