Os japoneses querem lançar no espaço, em 2007, a sua primeira sonda de exploração a Vénus, esperando que esta alcance a órbita do planeta dois anos depois. As fotografias captadas poderão revelar a estrutura do planeta e a existência, ou não, de vulcões activos.
Os japoneses querem lançar no espaço, em 2007, a sua primeira sonda de exploração a Vénus, esperando alcançar a órbita do planeta dois anos depois, informou hoje o Instituto de Ciência Espacial e Astronáutica (ICEA).
Segundo fontes do ICEA, apesar das especulações em torno da possibilidade de existir vida em Marte, o Japão é actualmente o primeiro país a revelar interesse em investigar a atmosfera de Vénus, apesar dos Estados Unidos terem também previstas missões de exploração ao planeta.
Os Estados Unidos e a Rússia já enviaram no passado sondas até aquele planeta.
A atmosfera de Vénus é formada principalmente por dióxido de carbono, o que, devido à influência deste gás no efeito de estufa, faz com que a temperatura à superfície atinja os 470 graus centígrados.
Ao que parece, o planeta não tem mais de 300 milhões de anos, ainda que, pela configuração geográfica, se acredite que a sua origem esteja relacionada com a actividade vulcânica.
A atmosfera do astro, 90 vezes mais densa que a da Terra, movimenta-se no mesmo sentido do planeta, ainda que a uma velocidade 60 vezes superior, desconhecendo-se os mecanismos, como as rápidas correntes de ar, que a configuram.
O movimento de rotação de Vénus dura 243 dias.
A sonda japonesa será equipada com uma câmara fotográfica que vai utilizar um tipo especial de radiações infravermelhas capazes de penetrar na densa atmosfera de Vénus.
As fotografias captadas poderão revelar os mistérios que Vénus esconde, como a sua estrutura e a existência, ou não, de vulcões activos.
Koichiro Oyama, chefe do projecto, alertou que «a Terra pode transformar-se também num planeta como Vénus se continuar a verificar-se o efeito de estufa».
«Se conseguirmos encontrar o processo de evolução que Vénus sofreu, isso será um passo muito importante na antevisão do futuro do nosso planeta», disse o cientista.