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Buraco negro dá origem a nova descoberta

Durante uma investigação, e depois de conseguirem chegar perto da fronteira de um buraco negro, cientistas descobriram que o disco de acreção em volta deste buraco pára muito antes do que se pensava.

Recorrendo a uma frota de observatórios em órbita, os cientistas conseguiram chegar perto de uma fronteira de um buraco negro e fizeram uma descoberta. É que as investigações levadas a cabo pelos satélites (incluindo os telescópios Hubble e de raio-X do Chandra) revelaram que o disco de acreção em volta de um buraco negro, pára muito antes do que os cientistas pensavam.

«Os dados do Chandra indicam que esse disco de acreção não se aproxima mais do que cerca de 960 quilómetros do horizonte do evento, muito longe dos 40 quilómetros previstos», revelou o astrónomo Jeffrey McClintock, um dos presentes durante a descoberta.

Os sistemas de estrelas binárias, compostos de uma estrela convencional e um buraco negro, vastos oceanos de gases e matéria da estrela podem girar em espiral em direcção ao disco de acreção. Neste caso, a estrela, comparada ao sol, acaba por ficar presa em órbita com o buraco negro, cujo tamanho é sete vezes a massa do sol.

Os buracos negros são estrelas grandes que entram em colapso, criando assim um ponto de gravidade tão poderoso que nada pode escapar à sua atracção. O horizonte de evento de um buraco negro é o ponto sem retorno para a matéria ou luz.

O material estrelar de uma estrela, que gira em espiral em direcção à fronteira de um buraco negro, é comprimido e superaquecido, levando-a a radiar jactos de raio-X. Os observatórios podem detectar estes jactos e medi-los.

Até compararem as observações, feitas pela Chandra com o Hubble e outros telescópios, desse buraco negro, os cientistas não sabiam que a fronteira pudesse ficar tão longe.

«Isso apresenta um problema fundamental para modelos nos quais o disco se estende até perto do horizonte do evento», disse Ann Esin, uma astrofísica que também participou no estudo.

Redação