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Identificada possível cura para a doença de Alzheimer

Cientistas japoneses descobriram uma proteína que poderá vir a oferecer boas perspectivas de cura para a doença de Alzheimer. No entanto, serão necessários anos de teste para se poder chegar a alguma conclusão sobre a viabilidade do tratamento com a nova proteína, baptizada de «humanina».

O investigador Ikuo Nishimoto, professor de farmacologia e neurologia na Universidade de Keio em Tóquio, declarou esta terça-feira que a sua equipa pode ter descoberto uma cura para a doença de Alzheimer. No entanto, o cientista realçou que serão necessários muitos testes para apurar da eficácia do tratamento com a «humanina».

A «humanina» é uma proteína produzida naturalmente na parte posterior do cérebro e poderá marcar a diferença em relação aos actuais tratamentos que se aplicam à doença de Alzheimer. Em entrevista à Reuters, Nishimoto explicou que «a diferença entre o que nós descobrimos e o que é actualmente utilizado para tratamento é que este (humanina) pára a morte das células cerebrais completamente [...]. É o primeiro passo para poder encontrar uma cura para a doença de Alzheimer» disse.

Até agora, a equipa de Nishimoto só efectuou testes em tubos de ensaio, as experiências em animais estão prestes a iniciar-se. Entretanto, a Universidade de Keio prepara-se para patentear a «humanina».

Os testes serão intensivos e morosos antes de se poder chegar a uma conclusão satisfatória acerca da eficácia da «humanina» no tratamento do Alzheimer. Nishimoto afirma que «quanto a saber se esta é ou não uma possível cura, isso depende dos testes», acrescentando que este processo pode demorar 15 anos ou mais.

Apesar das reservas, o cientista japonês acha que a «humanina» reúne todas as condições para ser uma cura eficiente para esta doença degenerativa. «A 'humanina', até agora, tem reunido todas as condições. Por exemplo, quando se inibe a morte de células cerebrais, isso habitualmente causa cancro. Mas a 'humanina' não causa esses efeitos secundários».

A doença de Alzheimer tem estado no centro das atenções, depois de agentes do ministério público norte-americano terem acusado um cientista japonês de ter roubado material genético relacionado com a doença e de o ter entregue a um instituto financiado pelo estado japonês.

Redação