A organização ecologista Greenpeace denunciou a obtenção da patente de um gene relacionado com o cancro da mama, por parte de uma empresa farmacêutica norte-americana, o que deverá dificultar as investigações sobre a doença.
A organização ambientalista internacional Greenpeace denunciou a obtenção de uma patente de um gene relacionado com o cancro da mama.
A patente foi obtida por uma empresa farmacêutica norte-americana e deverá dificultar as investigações para esta e outras doenças.
Face à situação, os ambientalistas, com o apoio da Ordem dos Médicos alemã, vão apresentar um protesto à Agência Europeia de Patentes pelo registo do gene, que terá sido feito a 23 de Maio.
Esta agência europeia terá aprovado a patente da companhia Myriad sobre cerca de 80 consequências do gene em causa, o BRCA 1. Este gene é um dos dois envolvidos no aparecimento do cancro da mama e está ainda relacionado com outros cancros, como o da próstata e do intestino grosso.
A Greenpeace afirma que «a Myriad tem o monopólio sobre todas as funções do gene, apesar de a companhia ter apenas iniciado procedimentos para o diagnóstico do cancro da mama» e não de outras doenças.
Assim, para os cientistas que queiram investigar o gene será necessário obter primeiro uma autorização da companhia, assim como uma licença. A Greenpeace sublinha que «os genes sobre plantas animais e seres humanos não são descobrimentos da indústria, mas sim um bem universal inalienável».
Por outro lado, os porta-vozes da Agência Europeia de Patentes, afirmam que os genes são entendidos como um composto químico na fase em que se aprovam as patentes e assim não se deve interpretar a patente como um certificado de utilização, já que esse certificado deverá ser determinado pelas legislações nacionais.